Solicitação feita pelo ministro do STF é datada do fim de julho; caso se tornou público somente nesta quarta-feira, 1º
A Justiça da Itália rejeitou um pedido de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o ex-assessor Eduardo Tagliaferro. A informação foi revelada nesta quarta-feira, 1º.
Segundo documento, a solicitação de Moraes foi feita em 31 de julho. Embora o pedido de prisão tenha sido negado, a decisão das autoridades italianas determinou a retenção do passaporte de Tagliaferro e o proibiu de deixar a cidade onde mora, no sul da Itália.
O perito foi encaminhado a uma delegacia na manhã desta quarta-feira. Nas redes sociais, Tagliaferro esclareceu que não foi preso e disse estar bem.
O advogado Eduardo Kuntz, um dos responsáveis pela defesa de Tagliaferro, confirmou que o motivo da condução do perito à delegacia está relacionado a um processo de extradição.
O pedido de extradição contra Tagliaferro
Em agosto, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil enviou à Itália um pedido de extradição contra Eduardo Tagliaferro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-assessor de Moraes por crimes supostamente praticados enquanto trabalhava no gabinete do magistrado, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com as denúncias, o perito teria cometido “violação de sigilo funcional, coação no curso do processo e obstrução de investigação”. A PGR também o denuncia por suposta “tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito”.
Tagliaferro foi assessor-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE. Ele atuou no tribunal de agosto de 2022 a julho de 2023, quando Moraes era presidente.