O criminoso esteve foragido por 21 anos
O juiz corregedor substituto da Penitenciária Federal em Brasília, Frederico Botelho de Barros Viana, determinou a transferência de Gilberto Aparecido dos Santos, o “Fuminho”, para o regime semiaberto. Neste tipo de pena, o preso trabalha ou estuda fora da prisão durante o dia e retorna à unidade prisional à noite.
Fuminho é apontado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) como o braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola, o líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção do Brasil. Ambos estão presos na mesma penitenciária em Brasília.
Segundo a Justiça, a ida ao semiaberto se deve ao marco temporal, que é o tempo mínimo de prisão cumprido pela condenação, e pelo “bom comportamento” de Fuminho. Ele está detido em um presídio federal de segurança máxima desde 2020, quando foi preso em uma operação da Polícia Federal em Maputo, Moçambique, depois de ficar 21 anos foragido.
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Fuminho também é acusado pela Justiça do Ceará de ter ordenado os assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, mortos a tiros em fevereiro de 2018, na região metropolitana de Fortaleza. Segundo as investigações, eles foram mortos por suspeitas de terem desviado dinheiro da facção criminosa.
MPF pede reconsideração de decisão
Segundo a CNN, a Justiça Estadual de São Paulo e o Ministério Público Federal apresentaram recurso e pediram que o juiz corregedor reveja sua decisão, mantendo o membro do PCC na Penitenciária Federal de Brasília. O juiz ainda não analisou os pedidos.
Quem é Fuminho
Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, está preso na Penitenciária Federal de Brasília, e desde 2020 no sistema federal. Ele fugiu da cadeia de Carandiru em 1999 e só foi recapturado 21 anos depois, quando foi preso pela Polícia Federal em Moçambique, em 2020.
Segundo investigações do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPSP, Fuminho recebeu R$ 200 milhões da facção para resgatar Marcola e outros 21 líderes do PCC dos presídios federais das cidades paulistas de Presidente Venceslau e Presidente Bernardes, em 2014 e em 2018. Ele figurou na lista dos criminosos mais procurados do Brasil, elaborada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Pouco tempo depois, a pedido do promotor Lincoln Gakiya, Marcola e os 21 líderes foram transferidos para presídios federais em Brasília e Porto Velho. Em 2022, Fuminho ainda foi condenado a 26 anos e 11 meses no Tribunal de Justiça de São Paulo por ser o responsável por um carregamento de 450 quilos de cocaína.
Fuminho era considerado o maior fornecedor de cocaína a uma facção com atuação em todo o Brasil, além de ser responsável pelo envio de toneladas da droga para diversos países do mundo. Ele foi autuado por crimes de tráfico de drogas, contra o patrimônio e de financiamento para fuga de líderes de organizações criminosas.
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