‘Fico triste ao ver as declarações do ministro, que toma uma decisão antes de se debruçar sobre o caso”, afirmou Rogério Marinho
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nesta quinta-feira, 14, depois de o magistrado usar o tema do suicídio em Brasília, na Praça dos Três Poderes, para opinar contra o projeto de anistia aos responsáveis pelos atos do 8 de janeiro.
O parlamentar reafirmou sua articulação pelo projeto de perdão e enfatizou seu desacordo com as declarações de Moraes sobre a vinculação do ocorrido na quarta-feira 13 ao “gabinete do ódio” da gestão Bolsonaro.
“Fico triste ao ver o ministro, já pela manhã, declarar que esse caso lamentável seja fruto de gabinete do ódio”, disse Marinho, que é secretário-geral do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL. “O ministro toma uma decisão antes de se debruçar sobre o caso. Pergunto onde está a sua imparcialidade.”
Moraes, Marinho e a anistia
O senador defendeu que muitos se sentem injustamente perseguidos pela Justiça e que a solução para pacificar o país está no Congresso, com a concessão de anistia aos envolvidos nos atos do 8 janeiro.
“Mais do que nunca, está na hora de pacificar o país, de se distensionar o processo”, disse Marinho. “E a solução política está dentro do Congresso Nacional, com a anistia.”
Com opinião diferente, Moraes argumentou que a pacificação só é possível com a responsabilização dos criminosos e afirmou que a impunidade pode estimular mais agressões.
“Não podemos ignorar o que ocorreu ontem, não é um fato isolado do contexto”, disse Moraes. “O contexto se iniciou lá atrás, quando o ‘gabinete do ódio’ começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o STF, principalmente contra a autonomia do Judiciário.”
Comparações com casos anteriores
Marinho comparou o tratamento dado a Francisco Wanderley Luiz, o suicida de Brasília, com o caso de Adélio Bispo, autor da facada em Bolsonaro. Ele apontou disparidades na forma como os casos tiveram condução e ressaltou a falta de benefício da dúvida no caso de Francisco.
“O que aconteceu ontem foi lamentável”, disse Marinho. “Todos os solidários com quem poderia ter sido atingido por esse episódio, cuja grande vítima foi o próprio autor.”
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Durante sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra Cármen Lúcia destacou a apreensão nacional com os eventos recentes. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, indicou que Moraes poderia assumir a investigação das explosões, se houver ligação com os ataques de 8 de janeiro.
“Vou receber o inquérito”, afirmou Barroso. “Se houver conexão com algum inquérito em curso, será distribuído por prevenção.”