Durante evento no Porto de Itajaí, presidente questiona austeridade e compara investimentos com gestão anterior
Em discurso durante a cerimônia de retomada das operações do Porto de Itajaí, nesta quinta-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a mirar críticas ao governo anterior, adotando um tom irônico ao falar das políticas de corte de gastos implementadas por Jair Bolsonaro.
“Economizar para quem, cara pálida?”, questionou Lula, ao comentar a extinção de ministérios como os da Cultura, do Trabalho, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. Segundo ele, os cortes visavam “dar dinheiro para os ricos de sempre e as pessoas não terem dinheiro”.
Comparação de investimentos e desafio à oposição
Em tom provocativo, Lula desafiou seus opositores a compararem os investimentos realizados por seu governo com os da administração anterior.
“Poderia desafiar fazendo a comparação entre os investimentos que nós fizemos em dois anos aqui e o investimento que o outro fez nos quatro anos que ele estragou esse país”, disparou.
O presidente também criticou o congelamento de recursos destinados a áreas sociais durante o governo Bolsonaro, citando a ausência de reajustes em setores essenciais.
“A merenda escolar, que não chama mais merenda escolar, que é refeição, com sete anos sem aumento. Salário mínimo, seis anos sem aumento. É de se perguntar o que fizeram nesse país.”
Afirmação sobre crescimento do PIB é refutada por dados
Lula afirmou que o Brasil só voltou a crescer acima de 3% após seu retorno à Presidência da República.
“Desde que nós deixamos a presidência em 2010 […] o Brasil só voltou a crescer acima de 3% quando nós voltamos à presidência”, disse, acrescentando que o governo anterior criou um “gabinete do ódio para contar mentira 24 horas por dia durante 4 anos”.
Contudo, essa declaração não se sustenta com base nos dados oficiais do IBGE e do Banco Mundial. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu:
- 3,9% em 2011, no primeiro ano do governo Dilma Rousseff;
- 5,0% em 2021, já sob gestão de Jair Bolsonaro;
- 3,0% em 2022 e 2,9% em 2023.
As demais taxas, após 2010, foram inferiores a 3% ou negativas, especialmente nos anos de recessão (2015 e 2016). Para 2024, a estimativa preliminar é de crescimento entre 2,0% e 2,2%. Dessa forma, a fala de Lula pode ser classificada como desinformação econômica e para ser mais exato como mentira.
Crédito Aliados Brasil