Foto – Leandro Paiva/Flickr
De acordo com o Estadão, presidente quer ampliar o diálogo com movimentos sociais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu, em reunião reservada no Palácio da Alvorada, a possibilidade de indicar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência. A informação é do jornal Estadão.
A pasta, responsável pela interlocução com os movimentos sociais, está atualmente sob o comando de Márcio Macêdo (PT), alvo de críticas dentro do próprio partido.
O encontro aconteceu há cerca de três semanas, sem convite formal. Lula sondou Boulos sobre a disposição de deixar a Câmara dos Deputados e assumir o ministério até o fim do mandato. O deputado, mais votado de São Paulo em 2022, teria sinalizado que aceitaria, reiterando seu apoio à reeleição do petista.
A decisão ainda depende do andamento da reforma ministerial, que já resultou na troca de vários ministros, como a saída recente de Cida Gonçalves do Ministério das Mulheres. Lula tem evitado indicar nomes que planejam disputar as eleições de 2026, pois a legislação exige que deixem o governo até abril do próximo ano.
PT se divide sobre entrada de Boulos no governo Lula
No PSOL, a possível entrada de Boulos encontra hoje menos resistência. A sigla, que no início do ano reforçava a posição de independência em relação ao governo, está mais coesa desde a votação da cassação de Glauber Braga na Comissão de Ética da Câmara.
Ainda assim, a saída de Boulos preocupa, pois o partido perderia um de seus principais puxadores de votos. A deputada Erika Hilton é vista como possível alternativa nas urnas.
No PT, a indicação de Boulos divide opiniões. Há quem valorize a boa relação dele com o partido e enxergue a chance de reaproximar o governo dos movimentos sociais.
Outros se incomodam com a ampliação de espaço para o Psol, que já comanda o Ministério dos Povos Indígenas, com Sonia Guajajara.
Outros nomes
Também são citados como possíveis nomes para a vaga o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, e o deputado federal Paulo Pimenta (RS), ex-titular da Secom.
Apesar das alternativas, cresce no PT o entendimento de que a permanência de Márcio Macêdo está esgotada.
Petistas afirmam que existem falhas na articulação com os movimentos sociais e avaliam que ele não conseguiu estabelecer diálogo efetivo. Um interlocutor resumiu o clima com uma frase irônica: “pior que está, não fica”.
Segundo o Estadão, Lula ainda avalia os efeitos políticos da mudança antes de tomar uma decisão final.
Crédito Revista Oeste