O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (4) que basta um “aloprado” vencer as eleições para “destruir” o que ele levou décadas para construir ao longo de seus mandatos.
“Temos mais dois anos de governo e vocês aprenderam uma lição. Construir leva décadas, destruir basta um aloprado ganhar eleição, que ele destrói em quatro anos o que fizemos em 20 ou em 30”, disse Lula durante o 6º Encontro Nacional do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
Sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nominalmente, o petista criticou a gestão passada por flexibilizar as regras para Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) em vez de investir em escolas.
“Vocês sabem como é que é, a gente passa horas e horas, meses e meses construindo uma coisa, entra um cara e num decreto ele destrói tudo. Porque fica melhor criar CAC para as pessoas aprenderem a atirar, do que criar escola para as pessoas aprenderem a estudar”, enfatizou o presidente.
Lula também defendeu investimentos em educação para evitar que o Brasil se torne um “país da cretinice”. “[Com investimento] Você vai formar homens e mulheres de melhor qualidade, com mais aprendizado. É esse país que nós precisamos construir, e não o país da mentira, o país da cretinice, o país da fake news, o país da irresponsabilidade”, disse.
Lula defende programa do governo para evitar aluno “gordão”
Durante o evento, o governo anunciou a redução do limite de alimentos processados e ultraprocessados no cardápio das escolas públicas em 2025 de 20% para 15%. A expectativa é que em 2026 o uso desses produtos na merenda caia para 10%.
Lula afirmou que parte da população prefere comprar “enlatado americano” do que “perder tempo” com alimentos saudáveis, levando o consumidor do produto industrializado a “ficar gordão”, porque “quando a gente é magro de fome, a gente pensa que engordar é saudável, que é coisa natural”.
“Um presidente qualquer não vai estar preocupado em fazer reunião [sobre a alimentação escolar]. Ele está preocupado em conversar? Em conversar com ministro da Educação? Não vai. Se tem dinheiro, vai comprar no supermercado, se não tem, não come. Essa é a lógica. Para que perder tempo com alimento saudável se eu compro enlatado americano e todo mundo come? E vai ficar gordão. Porque quando a gente é magro de fome, a gente pensa que engordar é saudável, que é coisa natural”, disse o presidente.
Segundo o Palácio do Planalto, a iniciativa vai impactar 40 milhões de alunos em quase 150 mil escolas públicas, que fornecem cerca de 10 bilhões de refeições por ano. Em 2024, o orçamento do Pnae foi de R$ 5,3 bilhões, com pelo menos 30% dos alimentos adquiridos da agricultura familiar.
O governo também lançou o Alimentação Nota 10 para capacitar merendeiras e nutricionistas do Pnae em segurança alimentar e nutricional, questões ambientais e agricultura familiar.
O investimento será de R$ 4,7 milhões, numa parceria entre Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE); Itaipu Binacional; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais; e Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Extensão, Pesquisa, Ensino Profissionalizante e Tecnológico (Fadema).