A conversa dos presidentes com a imprensa durou cerca de 9 minutos, que foram interrompidos a pedido do petista
Durante o encontro realizado neste domingo, 26, em Kuala Lumpur, os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva falaram com jornalistas antes da conversa a portas fechadas. O presidente brasileiro foi quem pediu o fim da interação com a imprensa, que durou nove minutos. A Presidência da República era contra a presença dos repórteres, mas os EUA insistiram.
Em resposta, Lula definiu que os jornalistas brasileiros deveriam participar também. De acordo com apuração do jornal O Estado de S. Paulo, houve tumulto na hora do acesso dos jornalistas à sala, porque o serviço secreto norte-americano, que controlava a entrada, quis colocar primeiro os jornalistas credenciados na Casa Branca.
O petista, segundo o Estadão, estava visivelmente incomodado e desconforável com a presença dos repórteres. Lula considerou que a interação já havia se prolongado demais e estava consumindo tempo a ser usado em negociação. Trump concordou e ironizou dizendo que as perguntas estavam “entediantes”.
Ministro Mauro Vieira fala com imprensa após reunião de Lula e Trump https://t.co/n9DhVAnpQ1— Lula (@LulaOficial) October 26, 2025
Na reunião em si, Trump e Lula discutiram questões pessoais e políticas, incluindo a prisão do brasileiro. O presidente norte-americano perguntou quanto tempo o petista havia passado preso devido às sentenças da Operação Lava Jato e ouviu como resposta que foram 580 dias.
Conforme relatos colhidos pelo Estadão junto a seis integrantes da comitiva brasileira presentes na sala 410 do Centro de Convenções de Kuala Lumpur, Trump teria usado o o termo “perseguido” para se referir às condenações de Lula. Os assessores disseram que o presidente dos EUA elogiou a trajetória política do petista, ressaltando sua resiliência e retorno ao poder depois de enfrentar adversidades.
“Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República, tendo sido perseguido no Brasil, se recuperado, provado sua inocência, voltado a se apresentar e, vitoriosamente, conquistado o terceiro mandato”, relatou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ao Estadão.
Os dois líderes sentaram-se em poltronas azuis, separados por uma pequena mesa decorada com um vaso de flores e copos de água com gás, posando sorridentes para as câmeras. O governo brasileiro avaliou positivamente o resultado do encontro, considerado estratégico pelo Palácio do Planalto.
Durante a conversa, Lula entregou a Trump uma pasta vermelha com o brasão da Presidência, contendo argumentos do Brasil sobre questões econômicas e políticas relevantes para a relação bilateral. Ambos os presidentes teriam manifestado interesse em realizar visitas oficiais aos respectivos países, sem data definida até o momento.





