O indicado ocupava o cargo de corregedor da Procuradoria Geral Federal, órgão ligado à AGU; ex-presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, foi demitido em 23 de abril
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou nesta 4ª feira (30.abr.2025) o procurador federal Gilberto Waller Júnior para a presidência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Antes, ocupava o cargo de corregedor da Procuradoria Geral Federal, órgão da AGU (Advocacia Geral da União).
Conforme o Planalto, Waller Júnior é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais com pós-graduação em Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro. Foi corregedor-geral do instituto de 2001 a 2004 e subprocurador-geral de 2007 a 2008.
Em 23 de abril, Lula mandou demitir o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, depois de ele ser alvo de operação da PF (Polícia Federal) em um caso sobre desvios de R$ 6,3 bilhões de aposentadorias por sindicatos e outras entidades.
Depois de ser noticiado que o petista havia determinado a demissão de Stefanutto, o ex-presidente do INSS, avisou a aliados que pediria demissão. A publicação não o esperou, entretanto. Esta não cita o tradicional “à pedido” que indica que foi a pessoa quem pediu a demissão.
OPERAÇÃO “SEM DESCONTO”
A PF deflagrou em 23 de abril a operação Sem Desconto para investigar um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. A operação cumpriu 211 mandados judiciais de busca e apreensão e 6 mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em 13 Estados.
De acordo com a PF, a investigação identificou a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre os benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo INSS.
O governo informou que em 2023 a CGU deu início a uma série de apurações sobre o aumento do número de entidades e dos valores descontados dos aposentados. A partir desse processo, foram feitas auditorias em 29 entidades que tinham ACTs (Acordos de Cooperação Técnica) com o INSS. Também foram realizadas entrevistas com 1.300 aposentados que tinham descontos em folha de pagamento.
Segundo o governo, a CGU identificou que as entidades não tinham estrutura operacional para prestar os serviços que ofereciam aos beneficiários e que, dos entrevistados, a maioria não havia autorizado os descontos. A Controladoria também identificou que 70% das 29 entidades analisadas não tinham entregado a documentação completa ao INSS.
Na operação, 6 pessoas foram afastadas de suas funções. Entre elas, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Segundo a ministra Gleisi Hoffmann, Lula indicará um novo presidente para o cargo.
Eis a lista das pessoas que foram afastadas de seus cargos no INSS:
- Alessandro Stefanutto – presidente (que depois pediu demissão);
- Virgílio Ribeiro de Oliveira Filho – procurador-geral do INSS;
- Vanderlei Barbosa dos Santos – diretor de Benefícios junto ao Cidadão;
- Giovani Batista Fassarella Spiecker – coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente;
- Jucimar Fonseca da Silva – coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios;
- policial federal – identidade não foi divulgada.
Crédito Poder360