O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira (3), durante a inauguração de um monumento em Caracas pelo 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, que seu regime resistirá ao que chamou de “investida” dos Estados Unidos. A declaração ocorreu em meio ao envio de navios de guerra e um submarino nuclear norte-americanos ao Caribe em uma operação militar antidrogas.
“Hoje o imperialismo lança uma investida nova, não é a primeira nem a última, só mais uma investida, e a Venezuela está de pé, e digo a vocês: a Venezuela vai continuar de pé, com serenidade, com firmeza, com fé inquebrantável na vitória e pela paz”, disse Maduro, em discurso transmitido pela emissora estatal Venezolana de Televisión (VTV).
O ditador afirmou que o país seguirá “em união nacional de todo seu povo”, incluindo as forças militares e policiais.
“Somos gente de bem, somos gente que ama a paz, mas que saibam: somos guerreiros ferozes quando se metem com nossa terra, com nossa história e com nossos direitos. Esta terra pertence aos venezuelanos e venezuelanas, e não haverá traidor da pátria nem império que possa tocar e profanar o solo sagrado que nos entregaram os libertadores”, declarou.
Os Estados Unidos, sob liderando do presidente Donald Trump, afirmam que a operação militar em curso próximo da Venezuela busca interromper rotas do tráfico de drogas ligadas ao regime chavista e atingir o grupo criminoso transnacional Tren de Aragua, já classificado por Washington como organização terrorista. Segundo o Pentágono, a missão em curso neste momento envolve oito embarcações de guerra e pretende enfraquecer as conexões do chavismo com o narcotráfico.
Enquanto Maduro discursava, seu aliado e número dois do regime, Diosdado Cabello, lançou uma ameaça direta à líder opositora María Corina Machado, que havia apoiado publicamente mais cedo a pressão dos EUA, dizendo que o regime chavista estava com os dias contados.
“Se apertam a nós, nós apertamos”, disse Cabello em rede nacional. Em seguida, advertiu: “Não vá acreditar que aqui vão nos agredir e vocês vão sair sãos a salvos, não, isso não existe.”
A ameaça foi interpretada como um aviso de represálias contra Machado, reconhecida como uma das principais vozes da oposição.