Foto – JOSEPH EID/AFP/Getty Images
Pesquisa da Atlas Intel mostra que a maioria da população não acredita no bom desempenho da economia em 2025. O levantamento aponta que os entrevistados pessimistas em relação ao crescimento econômico no país somam 47,3%. Por outro lado, 37,2% estão otimistas; 13,9% se disseram neutros e 1,6% não souberam responder.
A pesquisa perguntou também como as pessoas avaliam que ficará o custo de vida no próximo ano. Para 60,4% dos entrevistados, a carestia vai piorar; para 31,6% vai melhorar. Outros 7,1% acham que vai permanecer igual e 0,9% não responderam.
Para Camilo Rabelo, economista-chefe da Atlas Intel, parte dessa percepção se deve ao nosso passado inflacionário, mas existe também um fator conjuntural. “Existe um receio arraigado de que a inflação possa corroer o poder de compra da população, sobretudo dos trabalhadores de mais baixa renda”, explicou em entrevista à CNN. “Mas houve também um aumento mais intenso no preço de alguns bens mais para o fim do ano, como o preço da carne, que é um dos itens alimentícios mais consumidos pela população brasileira.”
O maior desafio do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no momento é o corte de gastos para 64% das pessoas. Outros 61,1% disseram que é o controle da inflação e 33,2% responderam que são os juros altos. Para 30,7% dos entrevistados, o maior problema é o controle da dívida pública; para 25,1%, a desvalorização do real, ou seja, o dólar alto. A desigualdade social foi apontada por 29,4% e 24,8% acreditam ser a situação do mercado externo.
Para Rabelo, os dados revelam percepção consolidada de um governo “que gasta muito” e indicam que a estratégia de Lula de atacar o Banco Central e o aumento de juros pela inflação não vem dando certo. “Uma coisa que já está no imaginário do brasileiro quando ele pensa em desafios da economia é a inflação. Se a gente pega a percepção popular, vemos que 61% das pessoas citam o controle da inflação como um dos maiores desafios e apenas metade cita a questão dos juros altos”, afirma o economista. “Então parece que há um maior alinhamento justamente da população com o próprio mandato do Banco Central. *O BC vai tentar manter a inflação brasileira estável em torno de 3% com uma margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais, como prevê a meta.”
Foram entrevistadas 2.312 pessoas entre os dias 3 e 5 de dezembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.