Martins aparece como ‘Felipen’ em registro que comprovaria ida à ‘reunião do golpe’

Assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro teria tratado de suposto decreto com o então presidente no Alvorada

O nome de Filipe Martins, assessor da Presidência para Assuntos Internacionais do governo Bolsonaro, aparece como “Felipen” em registros do Alvorada. Além disso, ele é identificado no sistema do palácio como “visitante”, embora membro do alto escalão.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) usou o dado para denunciar Martins, por suposta tentativa de golpe. Segundo a PGR, Martins esteve na residência oficial, em 18 de novembro de 2022, para tratar de um “decreto” que serviria para a “ruptura institucional”. O então presidente Jair Bolsonaro teria participado do encontro. A data do registro, contudo, se refere ao dia seguinte, algo observado pela defesa: “O trecho afirma que a suposta reunião teria ocorrido em 18/11/2022 e, para comprová-la, afirma que Filipe Martins ‘chegou ao Palácio da Alvorada, às 14h59 do dia 19/11/2022 — como um registro de entrada do dia 19 comprova uma reunião do dia 18?”

Ainda de acordo com a defesa do ex-assessor, os “erros e contradições” comprometem a “confiabilidade desses elementos como indício minimamente sério”.

“Mais grave: o referido registro não aponta qualquer saída de Filipe Martins, tampouco de outras pessoas que teriam ingressado no palácio naquele dia, ao mesmo tempo em que há registros de saídas de indivíduos cuja entrada sequer foi registrada”, observaram os advogados do ex-assessor, em uma petição obtida pela coluna. “Trata-se de evidente demonstração da falta de critério, seriedade e controle dos supostos registros de entrada, que, além de falhos, não exigiam qualquer sistema confiável de identificação, muito menos efetivo controle sobre quem ingressava ou saía do local.”

filipe martins
Registro de entrada de ‘Felipen’ no Alvorada | Foto: Reprodução

Outros erros sobre Filipe Martins

Em fevereiro deste ano, Oeste noticiou outros erros referentes ao nome de Martins, como na delação de Cid, que identifica o ex-assessor como “Felipe”.

Essa falha consta também no registro da Alfândega dos Estados Unidos (EUA) usado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)para manter Martins preso por seis meses em virtude de viagem, que não fez, aos EUA.

Crédito Revista Oeste

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