Messias defende Dilma em tese e atribui crise de 2015 ao ajuste fiscal

Indicado ao STF por Lula, ministro da AGU sustenta que retração de 2015 não se deu por erros de Dilma

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, sustenta em sua tese de doutorado que o governo Dilma Rousseff não pode ser responsabilizado pela crise econômica que derrubou o PIB brasileiro em 3,62% em 2015.

A informação foi revelada pelo Metrópoles. Segundo o estudo, apresentado à Universidade de Brasília (UnB), o aperto fiscal adotado no segundo mandato da petista, e não supostos erros de gestão, teria sido o grande motivo para a recessão daquele período.

Messias integrou o núcleo jurídico do Planalto no governo Dilma II, como subchefe de Assuntos Jurídicos. Agora, indicado pelo presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal, o ministro sustenta que a queda no preço das commodities e o cenário político pós-2013 limitaram a atuação do governo.

Para ele, Dilma errou ao não insistir em uma agenda de expansão de gastos e ao optar por um ministro da Fazenda com perfil fiscalista, Joaquim Levy.

Em sua avaliação, decisões de contenção de despesas adotadas logo no início de 2015 contribuíram diretamente para a retração econômica e para o desgaste que culminou na queda do governo.

O Metrópoles destaca que a tese minimiza os erros da equipe econômica e reforça argumentos tradicionalmente defendidos pelo PT.

O estudo também afirma que, após o impeachment, o país entrou em uma fase de “ultraliberalismo” sob Michel Temer e Jair Bolsonaro, marcada por cortes de gastos, privatizações, redução de direitos trabalhistas e enfraquecimento da máquina pública.

Messias critica ainda a Operação Lava Jato, que o tornou nacionalmente conhecido após o episódio do “Bessias” — e afirma que a força-tarefa agiu de maneira “superficial” e responsável por criminalizar a política.

Outro ponto central do trabalho é a defesa do conceito de “Centro de Governo”. Para o ministro, estruturas de coordenação e articulação dentro do Executivo são essenciais para garantir coerência administrativa.

Nesse contexto, ele afirma que a própria AGU deve exercer papel estratégico diante da crescente judicialização e dos desafios de governabilidade.

A tese também questiona a Lei de Responsabilidade das Estatais, classificada por Messias como discriminatória e desproporcional ao impor restrições a agentes públicos e partidários.

Crédito Cláudio Dantas

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