Uma pesquisa recente de Axios Vibes, conduzida pela The Harris Poll com 1.858 eleitores registrados entre 22 e 24 de outubro, revela que 23% dos americanos já mentiram sobre suas preferências de voto, mas entre os mais jovens — a Geração Z, de 18 a 27 anos — esse número sobe para 48%.
Além disso, 58% dos eleitores em geral consideram suas preferências políticas um assunto privado, e 33% afirmam que se distanciaram de familiares devido a opiniões políticas. Entre a Geração Z, essa cifra sobe para 44%, enquanto entre os Millennials (28 a 43 anos), é de 47%.
De acordo com John Gerzema, CEO da The Harris Poll, os mais jovens são mais influenciados pela pressão social e pela opinião alheia. “Está surgindo uma nova forma de privacidade, em que é mais confortável mentir ou não falar sobre isso”, afirma. “A nova etiqueta social é ser neutro como a Suíça: para que aguentar a pressão?”, acrescenta.
Entre os eleitores da Geração X (nascidos entre 1965 e 1980), 17% disseram que mentiram para alguém próximo sobre seu voto neste ano, enquanto apenas 6% dos nascidos antes de 1965 afirmaram o mesmo. No total, 22% dos eleitores em geral afirmaram que poderiam mentir sobre suas preferências de voto neste ano.
Em todo o espectro político, 27% dos democratas, 24% dos republicanos e 20% dos eleitores independentes disseram ter mentido sobre em quem votariam.
Gerzema ressalta que a toxicidade da polarização política leva muitos americanos a se autocensurarem ou a mentirem sobre suas escolhas para preservar relações sociais, familiares e profissionais. Os que cresceram com smartphones tendem a evitar confrontos sociais ou no ambiente de trabalho sobre política, preferindo mentir para evitar situações desconfortáveis, explica.
A pesquisa também revela que 30% dos homens mentiram sobre seu voto, contra 17% das mulheres, sugerindo que alguns podem ser apoiadores silenciosos de Trump ou Harris, pressionados socialmente a escolher um dos candidatos.
A pesquisa indica ainda que 40% dos eleitores planejam votar no dia da eleição, caso ocorra alguma mudança na última semana, enquanto 8% afirmam que tomarão uma “decisão instintiva” na cabine de votação. Contudo, quem mente para conhecidos pode, igualmente, mentir para o entrevistador.