Michelle diz que Bolsonaro é perseguido e levará abraço a Trump ao chegar nos EUA

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) reiterou que o marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sofre perseguição política no Brasil e que está triste de não poder participar com ele da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda (20).

Ela falou com a imprensa ao chegar no aeroporto de Washington, capital estadunidense, na noite de sábado (18) e disse que levará um abraço de Bolsonaro ao novo presidente.

“Bolsonaro pediu que ele levasse o carinho e o respeito que ele tem pelo presidente. Eles firmaram uma relação, comungam dos mesmos valores e princípios. Trago o abraço dele e o carinho dele pelo presidente Donald Trump”, disse no aeroporto à Folha de S. Paulo.

Michelle repetiu as afirmações que Bolsonaro fez no aeroporto de Brasília no sábado (18) após o embarque dela, reiterando a tese de perseguição política e de representante de 58 milhões de brasileiros que deram voto a ele.

“Sentimento de tristeza, mas nos temos certeza que o ex-presidente Jair Bolsonaro, que teve 58 milhões de votos, está sendo perseguido pelo Judiciário. Era para ele estar aqui, ele é amigo do presidente Trump, amigo da América, e gostaria muito de estar presente nesse momento tão importante que vai ser a posse do presidente”, emendou.

Ela ainda criticou o indiciamento de Bolsonaro com outras 39 pessoas, no ano passado, por participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado, além da condenação à inelegibilidade até 2030 por questionar o sistema de votação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Michelle também refutou as especulações de que Bolsonaro poderia usar a viagem para a posse de Trump, nos Estados Unidos, como pretexto para fugir do Brasil. “Ele não cometeu nenhum crime”, disse, repetindo o argumento utilizado pela defesa do ex-presidente no pedido para a devolução do passaporte.

O pedido foi negado duas vezes na semana passada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas alegações para negar a devolução do passaporte, o magistrado citou uma entrevista de Bolsonaro de que poderia pedir refúgio em alguma embaixada no Brasil caso tivesse a prisão decretada.

“O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu em entrevista ao UOL a possibilidade de pedir refúgio em alguma embaixada no Brasil, caso tenha a prisão decretada após eventual condenação pela trama golpista de 2022”, disse Moraes na decisão.

Os advogados argumentaram que o tempo de vigência das medidas cautelares é “excessivo” e reforçaram que Bolsonaro “permanece como mero investigado, ainda que indiciado e, conforme já expressado por ele, no aguardo da oportunidade de demonstrar sua inocência”.

E que ele foi à Argentina, em dezembro de 2023, para a posse do presidente Javier Milei e voltou ao Brasil, o que não justificaria a alegação de risco de fuga.

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