O especialista americano Mike Benz revelou durante depoimento na CREDN que o Atlantic Council — think tank ligado à CIA, Departamento de Estado e USAID — teria influenciado diretamente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022 por meio de cursos e parcerias, com o objetivo de orientar a remoção de conteúdos e impedir a reeleição de Jair Bolsonaro.
Benz expôs como o governo americano estruturou uma rede de verificadores de fatos no Brasil: “O governo americano financia os fact-checkers para dizer eles censurarem. Clare Wardle foi apresentada nesse projeto colaborativo pelo Luiz Barroso, que fala sobre a importância, como foi importante.”
O especialista destacou o envolvimento direto de Barroso: “Você vai ver ele se exaltando aqui nesse vídeo”, referindo-se ao então presidente do TSE promovendo a colaboração com organizações americanas.
TSE criou rede coordenada com financiamento americano
Segundo Benz, o TSE estabeleceu uma estrutura específica para a operação: “O TSE estabeleceu um grupo de trabalho, uma rede coordenada de comunicadores de justiça eleitoral, onde os Estados Unidos apoia as organizações que estão encorajando a apresentar e colaborar com suas achadas diretamente com o TSE.”
A colaboração foi de longa data: “A colaboração com o TSE começou em 2018, incluindo grupos de redes de verificação internacional, a agência Lupa, e aos fatos juntamente com a Comprova e a Abraji.”
Mike Benz foi direto sobre o financiamento de veículos de mídia brasileiros: “O povo brasileiro sabe que a agência Lupa e a Abraji, a associação de jornalistas que recebem dólares americanos financiados diretamente pelo governo americano.”
O especialista detalhou o esquema: “A Associação dos Jornais Mesquite e Zabrage é financiada pelo governo americano, indo atrás dos opositores que o governo americano não quer que vença as eleições.”
Benz revelou especificamente sobre a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo): “A Abraji, financiada pelo Departamento do Estado, pegou, além da agência de certificados da agência.”
O especialista expôs a extensão da rede: “Esse trabalho conjunto contou com a colaboração de outros atores, incluindo a Abraji, agência, lupa, comprova. Esse trabalho conjunto teve colaboração com outros parceiros também nessa base online, juntamente com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, a Abraji.”
Estrutura complexa de influência
Com base no diagrama apresentado sobre a “Estrutura da Censura no Brasil”, a operação envolveu múltiplas camadas:
Organizações americanas:
- Atlantic Council
- CIA
- Departamento de Estado
- USAID
- Pentágono
Think tanks e ONGs:
- NED (National Endowment for Democracy)
- IRI (International Republican Institute)
- NDI (National Democratic Institute)
Veículos de mídia brasileiros financiados:
- Agência Lupa
- Aos Fatos
- Comprova
- Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo)
- Globo
- Folha de S.Paulo
- Estadão
Instituições brasileiras envolvidas:
- Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
- Supremo Tribunal Federal (STF)
Objetivo político claro
Segundo Benz, a operação tinha um objetivo específico: utilizar essa rede coordenada de verificação de fatos e censura para “impedir a reeleição de Jair Bolsonaro”, direcionando a remoção de conteúdos que pudessem favorecer o então presidente.
Benz revelou que a influência americana no sistema eleitoral brasileiro não foi esporádica, mas uma operação estruturada: “A colaboração com o TSE começou em 2018”, indicando um planejamento de longo prazo para as eleições de 2022.
A operação envolveu desde think tanks ligados à CIA até veículos de comunicação brasileiros, criando um sistema integrado de controle narrativo visando influenciar o resultado das eleições presidenciais de 2022.
As revelações estão baseadas no depoimento oficial de Mike Benz na CREDN e em documentos públicos sobre o financiamento de organizações brasileiras por entidades americanas ligadas ao governo dos Estados Unidos.