Milei segue os passos de Trump e abandona a OMS: equipara as quarentenas da covid com crimes contra a humanidade

Buenos Aires culpa o organismo pelo “confinamento mais longo na história da humanidade”: “Não vamos permitir que intervenha em nossa soberania”.

O Governo argentino de Javier Milei anunciou nesta quarta-feira que se retirará da Organização Mundial da Saúde (OMS) por “profundas diferenças” com o organismo na gestão sanitária da pandemia da Covid. O mandatário argentino segue assim os passos de Donald Trump, que no mês passado assinou uma ordem executiva para retirar os Estados Unidos do organismo.

Após anunciar esta retirada, o Governo de Milei denunciou que o modelo de quarentenas implementado durante a pandemia da covid e respaldado pelo organismo “poderia ser catalogado como um crime contra a humanidade”.

“Hoje a evidência indica que as receitas da OMS não funcionam porque são resultado da influência política, não baseadas na ciência”, indicou um comunicado do Gabinete do Presidente argentino, que também convocou a “repensar a partir da comunidade internacional para que existem organismos supranacionais”.

O Governo argentino destacou ainda que o organismo “falhou em seu maior teste” já que “promoveu quarentenas eternas sem sustento científico quando teve que combater a pandemia”.

“As quarentenas provocaram uma das maiores catástrofes econômicas da história mundial e, de acordo com o estatuto de Roma de 1998, o modelo de quarentena poderia ser catalogado como um crime contra a humanidade”, acrescentou o comunicado, que considerou que a OMS respaldou o Governo do ex-presidente Alberto Fernández (2019-2023) em sua decisão de implementar uma prolongada quarentena.

Segundo o Governo, aquele confinamento, que se manteve de forma estrita entre março e novembro de 2020 e que foi depois lentamente flexibilizado, “deixou as crianças fora da escola, centenas de milhares de trabalhadores sem renda, levou comércios e PMEs à falência, e ainda assim custou 130.000 vidas”.

O comunicado assinalou também que a OMS “confirmou sua inflexibilidade para mudar sua abordagem e, longe de admitir erros, escolhe continuar assumindo competências que não lhe correspondem e limitando a soberania dos países”.

Em seu questionamento aos organismos supranacionais, a Presidência sublinhou que “não cumprem com os objetivos para os quais foram criados” mas sim “se dedicam a fazer política internacional e pretendem se impor acima dos países membros”.

O comunicado foi divulgado pouco depois que o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, anunciou nesta quarta-feira em conferência de imprensa que o país se retirará da OMS por “profundas diferenças” com o organismo na gestão sanitária da pandemia da covid.

“Os argentinos não vamos permitir que um organismo internacional intervenha em nossa soberania, muito menos em nossa saúde”, sentenciou Adorni, que descartou que a medida possa afetar de alguma maneira o sistema sanitário argentino porque não recebe nenhum financiamento da OMS. Neste sentido, alegou que a saída dará à Argentina “maior flexibilidade” na hora de tomar suas próprias decisões.

Buenos Aires não colocou prazos sobre a mesa, embora não se trate em nenhum caso de uma ruptura imediata, porque deve passar um ano desde a notificação formal da retirada até a saída final da OMS.

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