Fotomontagem HP
O ex-fuzileiro naval e consultor militar Robinson Farinazzo, durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, enfatizou a necessidade urgente de investimento na indústria de defesa brasileira. Ele alertou os parlamentares de que essa indústria não deve ser comparada a uma padaria, pois não existe para dar lucro, mas sim para garantir a soberania do país.
Farinazzo destacou a situação crítica da Avibrás, uma empresa com 60 anos de expertise que está à beira da falência devido à falta de compras do governo brasileiro. Ele ressaltou que há um incentivo muito baixo à indústria nacional, o que representa uma ameaça à soberania nacional.
O militar também mencionou as ameaças à soberania do Brasil, citando declarações de autoridades estrangeiras sobre a Amazônia. Ele denunciou que essas declarações podem ser usadas para justificar intervenções sob pretexto de questões climáticas, similar ao que ocorreu no Iraque com as armas de destruição em massa.
Além disso, Farinazzo criticou a falta de continuidade em projetos militares no Brasil, citando exemplos na Marinha e lamentando a necessidade constante de recomeçar projetos do zero a cada duas décadas. Ele comparou essa situação com a experiência de outros países, como os EUA e a Rússia, que mantêm continuidade em seus projetos militares há décadas.
O consultor militar alertou também sobre a dependência excessiva de insumos estrangeiros críticos, destacando a vulnerabilidade do Brasil em situações de crise.
Por fim, Farinazzo defendeu a revisão das doutrinas copiadas da OTAN pelo Brasil e incentivou a integração com o chamado Sul Global, defendendo que essas nações enfrentam desafios semelhantes e podem ser parceiras estratégicas do Brasil.
Ele concluiu seu discurso enfatizando a importância de ampliar o debate sobre defesa e soberania com a sociedade, argumentando que é ela quem arcará com as consequências se houver falhas nesse campo.