Foto – Fátima Meira
A reforma do terceiro andar do Planalto tornou-se motivo de discórdia entre a jornalista Mônica Bérgamo, da Folha, e a primeira-dama, Janja
A reforma do terceiro andar do Palácio do Planalto tornou-se motivo de discórdia entre a jornalista Mônica Bérgamo, da Folha de S.Paulo, e a primeira-dama, Janja.
Em publicação no Twitter/X, na sexta-feira 26, a jornalista expõe um print que mostra algumas trocas de mensagens entre ela e a assessoria da primeira-dama. Na conversa, Mônica Bérgamo pergunta se haveria reforma no terceiro andar do Planalto, que teria o objetivo de ampliar a sala de Janja. A resposta é negativa.
“Não há projeto de reforma para o terceiro andar”, diz a assessoria. “Tem, sim”, rebate a jornalista. “As pessoas já foram avisadas. Inclusive no cerimonial. São coisas recentes.”
Ao comentar o assunto, Mônica Bérgamo põe em xeque a honestidade da primeira-dama. “Janja, sabe o que acontece quando uma jornalista recebe a informação de que haverá reforma para que a primeira-dama amplie sua sala no Palácio?”, pergunta. “Ela procura a assessoria. Recebe a resposta abaixo. Ela acredita. Não publica. Semanas depois… Bingo. Vai ter nova sala. Dá para confiar?”
A reforma na sala de Janja
Com a reforma, profissionais de outras três áreas que dão assistência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram impactados. Seus espaços foram reduzidos.
Um conselheiro de Celso Amorim, cujo nome não foi revelado, foi deslocado. Outros dois funcionários do governo perderam espaço: Fernando Igreja, chefe do cerimonial da Presidência; e Clara Ant, assessora especial de Apoio ao Processo Decisório.
Os gastos da primeira-dama com reformas e móveis
Quase uma semana depois da posse de Lula, Janja chamou a maior emissora de televisão do país para denunciar o que seria uma falta de conservação do Palácio da Alvorada pelo governo Jair Bolsonaro.
“O que a gente percebe é que não teve cuidado, manutenção”, denunciou a primeira-dama para a TV Globo. No ar, Janja chegou a acusar a gestão anterior de ter “furtado” alguns móveis.
Passados alguns dias, ficou evidente o que a primeira-dama pretendia: justificar os gastos exorbitantes que estavam por vir com a compra da nova mobília.
Confira a lista de compras
- Tapete (segundo a Secretaria de Comunicação, a tapeçaria oriental que existia nos palácios não trazia “a brasilidade necessária” ao espaço): R$ 114 mil
- Sofá reclinável comprado sem licitação: R$ 65 mil
- Cama de couro de grão natural: R$ 42 mil
- Mesa: R$ 36 mil
- Três poltronas: R$ 29 mil
- Enxoval completo: R$ 131 mil
- Persianas e cortinas: R$ 202 mil
- Troca do piso da Granja do Torto por um vinílico, “mais macio e confortável”: R$ 156 mil
Total de gastos com reformas e compras de móveis: quase R$ 30 milhões. Tudo bancado com o dinheiro dos pagadores de impostos.
O novo mobiliário confirmou a frase dita por Lula em 2022, durante a campanha eleitoral: “Gosto de coisa boa, quero comer bem, quero morar bem, quero viver bem”. Os móveis que supostamente haviam sido furtados por Jair e Michelle Bolsonaro foram “magicamente” encontrados em uma sala do próprio Palácio do Planalto, no início deste ano.
As mudanças nos imóveis públicos por Lula não são novidade. Em seu primeiro mandato, o petista deixou claro que trataria o patrimônio público como privado. Em 2004, sua então mulher, Marisa Letícia, plantou um canteiro de sálvias vermelhas em formato de estrela no jardim do Palácio da Alvorada. O plantio fazia alusão à estrela do Partido dos Trabalhadores (PT), em um jardim tombado pela União.
Respostas de 2
Tenho orgulho de ser brasileiro, mas, tenho vergonha de nossos governantes .
Sabe-se lá de onde essa senhora veio! Não obstante, ela sabe aproveitar bem das coisas boas e caras, torrando o dinheiro suado dos contribuintes.