
Moradores do Complexo da Penha e de comunidades próximas sofreriam tortura e controle armado de uma facção em expansão violenta pelo Rio de Janeiro. Esta foi a conclusão do juiz Leonardo Rodrigues da Silva Picanço, da 42ª Vara Criminal da capital. A decisão em questão autorizou a prisão preventiva de mais de 60 pessoas, e embasou a Operação Contenção. As informações são do jornal Folha de São Paulo.
Fruto do esforço conjunto entre o Ministério Público do estado do Rio de Janeiro e as polícias estaduais, a operação terminou com 113 presos, além de 118 armas e 14 explosivos. De acordo com o governo estadual, 119 pessoas morreram, entre elas quatro policiais.
Denúncia anônima deu início às investigações
Os órgãos envolvidos decidiram acionar a Justiça após uma denúncia anônima recebida em janeiro de 2024. Nela, o denunciante relatava uma reunião da alta cúpula do Comando Vermelho para planejar a expansão da organização criminosa. Com a denúncia, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) decidiu abrir um inquérito.
Com as evidências coletadas, o juiz entendeu que havia suspeita da prática dos crimes de tortura e associação para o tráfico. Nessa última, haveria dois agravantes: o emprego de arma de fogo e o envolvimento de adolescentes.
A investigação ainda encontrou um vídeo de uma das torturas. Nele, um morador é amarrado, amordaçado e arrastado por um carro, enquanto pede perdão a um dos líderes da facção. Outra mídia mostra um homem ensanguentado que, segundo o magistrado, pareceu aceitar a morte como forma de fazer cessar a tortura.
Ainda de acordo com o documento, pelo menos 12 comunidades da zona norte do Rio estão sob domínio do Comando Vermelho.





