Foto: Alisson Sales/Fotorua
Professor aposentado de 69 anos tem outras comorbidades
Nesta sexta-feira, 28, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu prisão domiciliar para o professor aposentado Jaime Junkes, de 69 anos, condenado a passar os próximos 14 de sua vida no cárcere, em virtude de ter participado do 8 de janeiro.
Moraes havia rejeitado uma solicitação da mesma natureza, depois de um parecer negativo da Procuradoria-Geral da República (PGR), mesmo Junkes tendo câncer em estágio avançado na próstata. De acordo com a PGR, a defesa não juntou laudos médicos recentes, mas, sim, documentos de saúde sem data cronológica. Por isso, a PGR afirmou que os advogados não conseguiram sustentar os seus argumentos.
Agora, contudo, o juiz do STF entendeu ser possível conceder o benefício. “Esta Suprema Corte reconhece que a presença de excepcionalidades da situação concreta, como as de doenças graves, permitem a flexibilização da referida previsão legal”, argumentou Moraes. “No caso dos autos, embora o réu tenha sido condenado à pena de 14 anos, sendo 12 anos e seis meses de reclusão e um ano e seis meses de detenção e cem dias-multa, cada dia multa no valor de 1/3 (um terço) do salário mínimo, em regime inicial fechado, a sua grave situação de saúde, reiteradamente comprovada nos autos, admite a concessão de prisão domiciliar.”
Moraes também reconheceu o “diagnóstico de câncer, reiteradamente comprovado nos autos”, além do infarto agudo no miocárdio que Junkes teve no momento em que agentes da Polícia Federal foram à residência do idoso, em Arapongas (PR), para prendê-lo em cumprimento a mandado expedido pelo próprio Moraes. Apesar da concessão, o magistrado restabeleceu o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas restritivas.
Histórico de condenado do 8 de janeiro que tem câncer
Depois de passar oito meses na Papuda, Junkes pôde retornar para casa, porém, com tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares.
Ele voltou a ser detido em 21 de maio de 2024, por suposto “risco de fuga”. No entanto, conseguiu retornar à residência dez dias depois. À época, o idoso usava fraldas geriátricas e uma sonda para urinar.