Entre os premiados também estão deputados federais, associações e lideranças culturais
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o ex-ministro José Dirceu (PT) estão entre algumas das personalidades que serão agraciadas com a Medalha Rui Barbosa 2025. A honraria é concedida pela Fundação Casa de Rui Barbosa, vinculada ao Ministério da Cultura.
A lista de agraciados, que incluem Moraes e Dirceu, foi divulgada pela fundação na última sexta-feira, 31. A cerimônia de entrega está marcada para 7 de fevereiro de 2025, na sede da fundação, no Rio de Janeiro.
Moraes é conhecido por sua atuação no chamado inquérito do fim do mundo e por sua relatoria na ação penal no STF da suposta tentativa de golpe de Estado. Já Dirceu é um político aliado ao lulismo, o qual voltou a figurar no cenário público depois das decisões judiciais que anularam condenações da Lava Jato.
“Cultura como pilar da democracia”
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirmou que a premiação simboliza o reconhecimento de “quem entende a cultura como base da democracia e instrumento de cidadania”.
A Medalha Rui Barbosa foi criada em 1949 e, segundo a fundação, é entregue anualmente a pessoas e entidades que se “destacam na defesa da cultura brasileira, da diversidade e da liberdade de expressão”.
O presidente da fundação, Alexandre Santini, explicou que esta edição busca valorizar trajetórias que unam compromisso democrático, pensamento crítico e ética pública, princípios que marcaram a vida e obra de Rui Barbosa.
“A medalha é mais que uma homenagem — é uma reafirmação da cultura como elemento essencial para uma sociedade livre e plural”, destacou Santini.
Dirceu volta ao cenário público
Um dos premiados mais comentados é o ex-ministro José Dirceu, figura central da política brasileira nas últimas décadas. Dirceu teve o mandato cassado em 2005, durante o escândalo do Mensalão, e foi preso em 2013 por corrupção e lavagem de dinheiro.
Em 2016, o então ministro do STF Luís Roberto Barroso anulou sua pena de 7 anos e 11 meses, e, em outubro de 2024, Gilmar Mendes invalidou todos os processos da Lava Jato contra o ex-ministro, por considerar que houve irregularidades processuais.
Desde então, Dirceu passou a se manifestar publicamente sobre política e chegou a classificar o Mensalão como a “primeira grande fake news do Brasil”. Aliados próximos indicam que ele avalia disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026.
Moraes e outros homenageados
Além de Alexandre de Moraes e José Dirceu, a lista de homenageados reflete pluralidade ideológica e cultural, reunindo nomes da política, da justiça, das artes e dos movimentos sociais.
Entre os agraciados estão:
- Chico Alencar (Psol-RJ) e Daniel Soranz (PSD-RJ), deputados federais;
- O teólogo e escritor Frei Betto, reconhecido por sua atuação social e religiosa;
- A Associação Juízes e Juízas pela Democracia;
- A campanha Sem Memória Não Há Democracia;
- A artista e líder indígena Daiara Tukano;
- O Instituto Cultural da Feira de São Cristóvão;
- João Jorge Rodrigues, presidente da Fundação Cultural Palmares;
- A professora e pesquisadora Lúcia Lippi;
- E o mestre de capoeira Paulão Kikongo, presidente da Associação Kilombarte.





