Foto - Ton Molina
Em setembro de 2022, a ex-vice-procuradora-geral Lindôra Araújo pediu o arquivamento do inquérito, mas Moraes não analisou a solicitação.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), provocou a Procuradoria-Geral da República a se manifestar novamente sobre o arquivamento do inquérito que investiga se Jair Bolsonaro interferiu ou não na Polícia Federal, registrou O Globo.
Em despacho nesta sexta-feira, 17, o ministro escreveu:
“Abra-se vista dos autos à Procuradoria-Geral da República para eventual ratificação da proposta de arquivamento.”
Ficou na gaveta
A determinação de Alexandre de Moraes ocorre um ano e meio após a PGR, que na época era chefiada por Augusto Aras, defender o fim da investigação.
Quem solicitou o arquivamento, em setembro de 2022, foi Lindôra Araújo, ex-vice-procuradora-geral da República. Em março, a Polícia Federal havia concluído não haver como acusar Bolsonaro pela possível interferência.
“Considerando as circunstâncias que permeiam o caso, a partir da análise criteriosa do arsenal probatório carreado aos autos, não há como atribuir ao Presidente da República Jair Messias Bolsonaro e ao ex-ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública Sergio Fernando Moro o cometimento de atos com repercussão criminal”, disse a ex-vice-procuradora.
O pedido da PGR, no entanto, ficou na gaveta.
Novo comando na PGR
A determinação do ministro Alexandre de Moraes ocorre após a substituição do comando do Ministério Público Federal.
Desde dezembro de 2023, a Procuradoria-Geral da República é chefiada por Paulo Gonet.
Gonet, o candidato de Moraes
Paulo Gonet contou com o apoio de Alexandre de Moraes para ser indicado pelo presidente Lula (PT) para a Procuradoria-Geral da República.
Como procurador-geral eleitoral, Gonet apresentou, durante as eleições de 2022, uma representação contra Bolsonaro por suas falas contestando o sistema eleitoral brasileiro. Além disso, solicitou a exclusão do vídeo da reunião com os embaixadores de veículos da imprensa.