Moraes proíbe uso de farda por réus durante interrogatório do suposto golpe

Alexandre de Moraes ordena que militares réus no STF troquem fardas por roupas civis em interrogatórios da suposta trama golpista.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (28), logo no início dos interrogatórios do chamado núcleo 3 da “trama golpista”, que os réus militares deveriam trocar suas fardas por roupas civis para poderem participar dos interrogatórios.

A decisão foi comunicada pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Tamai Rocha, do gabinte de Moraes e que conduz os interrogatórios do núcleo, formado por nove militares e um policial federal. Eles são suspeitos de planejar uma ruptura institucional para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

A justificativa apresentada pelo juiz Tamai Rocha foi de que a acusação é individual e não ao Exército Brasileiro como instituição. “Essa é uma determinação do ministro-relator (Alexandre de Moraes). A acusação é contra militares e não contra o exercito como um todo”, explicou o juiz. Pelo menos dois militares – os tenentes-coronéis Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima – precisam deixar a audiência, feita de forma virtual, para trocar de roupa.

Advogados criticaram decisão de Alexandre de Moraes

Advogados de defesa criticaram a decisão e disseram que ela fere a dignidade dos acusados. Argumentam que a ordem não consta nos autos do processo, não foi dada com prazo razoável para ser cumprida e que nos demais interrogatórios, os militares usaram farda.

Também ressaltaram que os réus permaneciam fardados por serem oficiais da ativa e estarem detidos em unidades militares. “Eles estão na condição de réus, não na condição de testemunhas que usariam farda”, detalhou o juiz auxiliar.

Também estão neste núcleo réus o general da reserva Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, coronéis Bernardo Romão Correa Netto, Fabrício Moreira de Bastos e Márcio Nunes de Resende Jr., outros tenentes-coronéis Rodrigo Bezerra de Azevedo, Ronald Ferreira de Araújo Jr., Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e o agente da PF Wladimir Matos Soares.

Crédito Gazeta do Povo

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