Motta acelera tramitação de projeto que anula decreto de Lula sobre IOF

Presidente da Câmara diz que urgência da análise foi decidida por líderes partidários contrários ao aumento de impostos para compensar IOF. Leia na Gazeta do Povo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou nesta quinta (12) que o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que pode derrubar o novo decreto do governo que retificou parte da elevação das alíquotas do IOF em maio será pautado. Se aprovado, será a primeira vez na história recente que o Congresso derruba uma medida dessa do Planalto.

A decisão, disse, foi tomada pelos líderes partidários durante a reunião da manhã do colegiado e apenas um dia depois do governo enviar a retificação e uma medida provisória que revê o aumento do imposto e eleva a tributação de aplicações financeiras para compensar a perda de arrecadação. A urgência está marcada para ser analisada na próxima segunda (16).

“Informo que o Colégio de Líderes se reuniu hoje e decidiu pautar a urgência do PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que susta os efeitos do novo decreto do governo que trata de aumento do IOF. Conforme tenho dito nos últimos dias, o clima na Câmara não é favorável para o aumento de impostos com objetivo arrecadatório para resolver nossos problemas fiscais”, disse em uma rede social após a reunião e sem falar com a imprensa.

A decisão de Motta de ceder aos líderes partidários ocorre em um momento sensível para o governo, que trabalhava com ele para evitar que a urgência fosse pautada. Se levada adiante e ser aprovada, será uma derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Tanto que o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, correu para elaborar uma série de medidas que diminuíssem as novas alíquotas do IOF e ajudassem a compensar a perda de arrecadação, que poderiam despencar de R$ 20 bilhões para apenas R$ 6 bilhões.

No entanto, as medidas compreendem um aumento da tributação de aplicações e das bets, o que não foi bem recebido pelos parlamentares – embora tenham sido acertadas em conjunto com os presidentes da Câmara e do Senado.

“Temos que mostrar ao governo que não é aumentando imposto ou por meio de um confisco que nós vamos arrumar a economia. Não houve até agora um avanço de corte de gastos”, disse o deputado Luciano Zucco (PL-RS), afirmando ter o apoio de partidos que fazem parte da base aliada com ministérios na Esplanada, como União Brasil, PP e Republicanos e, diz, possivelmente com o PSD, que ainda está em conversas.

Crédito Gazeta do Povo

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