Foto – Divulgação Movimento Fora Moraes
Ofensiva tem como objetivo pressionar partido para votar a favor do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes no Senado
O Movimento Fora Moraes, que se alinha com pautas bolsonaristas como o impeachment do ministro Alexandre de Moraes (STF) e a defesa da rede social X, marcou para esta quarta-feira (2) um ato na avenida Paulista, uma das mais movimentadas de São Paulo, contra o PSD de Gilberto Kassab.
O partido se tornou alvo preferencial de ofensivas do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, em meio à disputa eleitoral no país —ambos querem se consolidar como o partido com maior número de prefeituras nas eleições municipais. Aliado de Bolsonaro, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) chegou a gravar um vídeo no qual chama o PSD de Kassab de inimigo escondido.
O ato acontece a poucos dias do primeiro turno das eleições municipais no país, marcado para 6 de outubro.
Guilherme Sampaio, um dos líderes do Fora Moraes, nega que a proximidade com a eleição tenha influenciado a convocação para o ato, que inaugura uma estratégia diferente de pressão pelas pautas do grupo, com ações menores e “surpresa”.
Ele afirma que o grupo já fez outras ações contra o PSD —em 7 de setembro em 22 cidades do país e em 29 de setembro em Belo Horizonte. A passeata desta quarta tem como tema “Fora Moraes – Não ao PSD 55”.
Segundo ele, a intenção é aumentar a pressão sobre os senadores do PSD para conseguir que o pedido de impeachment de Moraes avance no Senado.
“Hoje, 36 senadores já declararam abertamente apoio ao impeachment do Alexandre. O PSD possui 15 senadores, muitos deles indecisos ou contrários”, afirma Sampaio. “Então decidimos lançar uma campanha nacional para pressionar os senadores. Eles mostram interesses apenas quando os cobramos em suas bases.”
Sampaio critica também o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que já sinalizou que não pretende dar andamento aos pedidos de impeachment contra Moraes. “Precisamos do apoio de cinco senadores para conseguir a urgência na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça] e não depender do Pacheco para pautar o processo. Sendo que o Pacheco foi eleito pela direita.”
Os atos menores serão realizados em dias úteis, durante horários de pico e em locais-chave das cidades. Eles serão anunciados no máximo com 48h de antecedência, sem avisar as Prefeituras. Os organizadores dizem que esses protestos fazem parte de uma tática de pressão que “culminará em uma grande manifestação prevista para o final de outubro ou início de novembro.”