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A Casa Branca se posicionou contra uma recente decisão do Brasil de bloquear o acesso dos cidadãos à rede social X, de propriedade de Elon Musk, em meio a uma disputa sobre liberdade de expressão. O caso envolve a ordem judicial de Alexandre de Moraes, membro da Suprema Corte brasileira, exigindo a censura de contas na plataforma.
Leia na íntegra:
WASHINGTON — A Casa Branca emitiu uma rara crítica ao Brasil na terça-feira por proibir os residentes do país de acessar a plataforma X, em uma disputa pela liberdade de expressão com o proprietário bilionário Elon Musk.
“Quando se trata de redes sociais, fomos muito claros ao dizer que acreditamos que as pessoas devem ter acesso a essas plataformas. É uma forma de liberdade de expressão”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em resposta a uma pergunta da repórter Raquel Krähenbühl, da TV Globo, durante uma coletiva de imprensa.
O Brasil bloqueou o acesso de mais de 200 milhões de cidadãos à plataforma X no dia 30 de agosto, após Alexandre de Moraes, um influente membro da Suprema Corte do país, exigir a censura de um grande número de contas que supostamente continham discursos de ódio ou desinformação.
Musk recusou-se a seguir a ordem, classificando o decreto como antidemocrático e chamando o juiz de “ditador repressor” e “Darth Vader do Brasil”.
A empresa X retirou seus representantes do Brasil depois que de Moraes ameaçou prender os executivos por não censurarem a lista de usuários antes da proibição total.
“As redes sociais não são uma terra sem lei!” escreveu de Moraes em uma decisão de abril, enquanto a disputa com Musk se intensificava.
Os brasileiros ainda podem acessar a plataforma X usando provedores de VPN, mas podem ser multados por isso sob as políticas de de Moraes.
Musk, de 53 anos, comprou o Twitter em 2022 com o objetivo de restaurar os princípios de liberdade de expressão da plataforma — após a gestão anterior ter promovido censura política em larga escala, incluindo a censura de informações verídicas, como as reportagens do New York Post no final de 2020 sobre documentos do laptop de Hunter Biden que mostravam que seu pai, o presidente Joe Biden, estava envolvido em relações comerciais no exterior, na China e na Ucrânia.
Jean-Pierre defendeu o acesso irrestrito às redes sociais, apesar de o presidente Biden ter assinado uma legislação bipartidária exigindo a venda ou o fechamento da rede social chinesa TikTok até 19 de janeiro, o último dia completo de seu mandato.
O ex-presidente Donald Trump, candidato republicano à presidência, apoiado por Musk nas eleições de 5 de novembro contra a vice-presidente Kamala Harris, é contra a proibição do TikTok.
“Para que todos saibam, especialmente os jovens, Joe Biden é o responsável por banir o TikTok”, escreveu Trump no Truth Social em abril, após Biden assinar a lei. “Ele é quem está pressionando para fechar a plataforma, fazendo isso para ajudar seus amigos do Facebook a ficarem mais ricos e dominantes, e continuarem a lutar, talvez ilegalmente, contra o Partido Republicano.”
Respostas de 2
Rara crítica por parte da casa branca verso forte repressão por parte da esquerda no Brasil… Que 😢
Depois disso tudo… Musk resolve então ceder? Coloca advogados pra ser representantes, retirar as contas de todos, que falam contra a ditadura, no X novamente, e como bônus, por ter aberto as redes de maneira muito estranha, nesta semana, toma mais uma multa de 5 milhões. É… Como diz um velho ditado quem se abaixa demais mostra o seu! Espero que Musk repense, pelo menos pra manter sua própria moralidade, não se abaixar demais porque ele não precisa. E agora qual será a reação de Musk?