O alerta de Trump à Nigéria traz esperança aos cristãos perseguidos do país

Líderes locais dizem que as declarações do ex-presidente pressionam o governo nigeriano a conter os ataques

Um pastor nigeriano e outros cristãos comemoraram a pressão exercida pelo presidente Donald Trump sobre o governo de Abuja para pôr fim aos assassinatos de fiéis. Trump recentemente classificou a Nigéria como “País de Preocupação Particular” e alertou que pode suspender a ajuda financeira e impor sanções contra autoridades do país.

Apesar do apoio, os cristãos ouvidos pela Fox News Digital afirmaram não querer tropas americanas em solo nigeriano para conter os massacres ocorridos principalmente na região central do país, o chamado “Cinturão do Meio”. O pastor Fred, de Plateau State, que pediu anonimato por medo de represálias, disse: “Há 20 anos tentamos dar o alarme, mas as vozes foram silenciadas. Espero que isso desafie o governo nigeriano e os poderosos a agir, porque vidas estão sendo perdidas”.

Mesmo após o secretário de Guerra, Pete Hegseth, afirmar que os EUA “estão prontos para agir” caso o governo nigeriano não proteja os cristãos, o pastor Fred, cuja igreja já foi atacada diversas vezes, rejeita qualquer intervenção externa. “É desconfortável imaginar soldados estrangeiros entrando no país, mas é ainda mais doloroso ver pessoas sendo massacradas enquanto o governo pouco faz”, disse.

Um bispo da mesma região, que preferiu não se identificar por segurança, também celebrou as palavras de Trump: “Sinto-me aliviado e muito feliz. É um avanço muito bem-vindo”. Em postagem na Truth Social, Trump afirmou que três em cada quatro cristãos mortos no mundo no último ano — 3.100 de um total de 4.476 — foram assassinados na Nigéria, citando dados da organização cristã Open Doors.

A Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA estima que 46% dos nigerianos sejam cristãos. Em Plateau State, essa proporção chega a 90%. Mesmo assim, ondas sucessivas de ataques de pastores muçulmanos fulani assolam comunidades cristãs, frequentemente com execuções e tomada de terras. “Os militantes fulani matam impunemente. Quando as autoridades chegam, já é tarde demais”, relatou o bispo, lembrando que, em dezembro de 2023, 17 pessoas foram mortas e, durante o enterro, 25 vilas vizinhas foram atacadas, com mais de 100 mortos.

Outro entrevistado, um advogado nigeriano que também pediu anonimato, afirmou que “as palavras de Trump trazem ânimo” e alertou que os EUA devem agir “antes que o governo nigeriano se volte para Rússia ou China”. Ele acrescentou que “a negligência do governo com os cristãos minoritários é histórica” e espera que Washington ajude a libertar essas comunidades da “hegemonia dos militantes fulani”.

O ministro da Informação e Orientação Nacional da Nigéria respondeu à Fox News Digital dizendo que o país “continua comprometido em proteger os direitos, a segurança e a liberdade de culto de todos os cidadãos — cristãos, muçulmanos e de outras religiões”. O governo, afirmou o ministro, combate o extremismo “em todas as suas formas” e busca cooperação internacional “baseada em fatos, respeito mútuo e parceria, não em percepções ou desinformação”.

Crédito Fox News

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