O Fórum Econômico Mundial vem traçando cuidadosamente um plano para que Christine Lagarde, atual presidente do Banco Central Europeu (BCE) que está desenvolvendo o euro digital, assuma o cargo de nova líder da instituição após a era Klaus Schwab. No entanto, a inesperada renúncia de seu fundador e presidente executivo, ocorrida no mês passado em meio a tensões internas e acusações de má gestão econômica, perturbou os planos de sucessão projetados para serem executados sem contratempos.
Lagarde, considerada por muitos dentro do Fórum como a candidata ideal para liderar uma nova etapa de reformas e estabilidade, continua sendo a primeira opção da diretoria. No entanto, seu mandato no BCE expira em 2027, e ela mesma reiterou seu compromisso de concluí-lo, o que complica a possibilidade de sua incorporação imediata ao Fórum.
Enquanto isso, o organismo com sede em Genebra enfrenta uma situação delicada. Necessita urgentemente de uma figura que não só seja capaz de limpar a reputação do Fórum após os escândalos vinculados a Schwab, incluindo denúncias de sexismo e assédio no ambiente de trabalho, mas também de garantir a fidelidade dos grandes doadores corporativos. Esses membros contribuem com somas milionárias anualmente, fundamentais para o funcionamento e a relevância global do FEM.
A emblemática cúpula de Davos, centro nevrálgico dos encontros entre líderes mundiais, também se encontra em uma posição vulnerável. O próximo responsável pelo Fórum deverá assegurar que este evento conserve seu atrativo entre a elite financeira, política e tecnológica que o tem sustentado durante décadas.
Por enquanto, a direção temporária recaiu sobre Peter Brabeck-Letmathe, ex-presidente da Nestlé, que aos seus 80 anos lidera o conselho na qualidade de presidente interino. Este órgão inclui personalidades de peso como o diretor executivo da BlackRock, Larry Fink; a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva; o ex-vice-presidente americano Al Gore, e a própria Lagarde.
Crédito La Gaceta