“Não vou abrir mão”, disse Sóstenes Cavalcante
A oposição está preparando um recurso contra o impedimento de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como líder da Minoria, que será enviado à Mesa Diretora da Câmara. O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que “não vai abrir mão”.
Segundo Sóstenes, a nomeação de Eduardo, que se encontra nos Estados Unidos, já havia sido alinhada com Hugo Motta.
– Para nomear Eduardo, alinhei com presidente Hugo Motta. Ele [Hugo] disse que era direito meu e, depois, sofreu pressão externa corporis. Ontem me ligou para dizer que não poderia cumprir com Eduardo. Não vou abrir mão e vou recorrer à Mesa – disse à CNN Brasil nesta terça-feira (23).
Sóstenes foi comunicado da decisão por Motta na noite desta segunda (22), após Eduardo ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por coação à Justiça, juntamente com o jornalista Paulo Figueiredo.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da Casa nesta terça, uma semana depois de a oposição anunciar o nome do parlamentar para o posto.
Segundo o despacho de Motta, há “incompatibilidade” para que Eduardo assuma a função porque ele está fora do Brasil. O parlamentar está nos Estados Unidos desde fevereiro e, embora tenha pedido licença em março, o prazo legal para a ausência justificada expirou em julho. Como não retornou ao país, o político passou a acumular faltas que podem resultar na perda de seu mandato.
No documento em que deu a negativa à indicação de Eduardo, Motta declarou ainda que “não obstante ser o exercício do mandato inerentemente presencial, a função de líder o é com ainda maior intensidade” e listou atividades que, segundo ele, exigiriam a presença física do líder da Minoria, como, por exemplo, orientar bancadas em Plenário e usar o tempo de liderança para debates.