OTAN intercepta caças russos após violação do espaço aéreo da Lituânia; secretário-geral reafirma doutrina de abatimento

A Lituânia denunciou uma incursão de aeronaves russas em seu espaço aéreo após dois jatos — um caça e um avião-tanque — deixarem o enclave de Kaliningrado. O episódio, ocorrido na quinta-feira, levou à decolagem de caças Eurofighter Typhoon da OTAN, que interceptaram as aeronaves russas na fronteira do país báltico. O incidente é o mais recente de uma série de violações aéreas que vêm se intensificando nas últimas semanas.

O presidente lituano, Gitanas Nausėda, classificou o episódio como uma “grave violação do direito internacional e da soberania territorial da Lituânia” e afirmou que “é preciso reagir”. Ele também defendeu o fortalecimento das defesas aéreas europeias e reiterou apoio à criação da chamada “Muralha Europeia de Drones” — um sistema unificado de defesa aérea contra ameaças assimétricas, como drones russos usados para testar a resposta da aliança ocidental.

O projeto, no entanto, enfrenta críticas. O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, alertou que o foco excessivo em drones pode desviar a atenção de ameaças maiores, como ataques aéreos convencionais. “Uma muralha de drones absolutamente impenetrável não é realista”, declarou ao The Times.

O debate sobre as condições sob as quais aeronaves russas poderiam ser abatidas pela OTAN — tema sensível devido às possíveis repercussões — ganhou força após a derrubada de drones russos sobre a Polônia no mês passado.

Em Washington, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, esclareceu que o abate de jatos russos é possível, mas apenas se representarem ameaça direta. “Isso não é novo, já acontecia na era soviética e continua sob Putin. Tem que parar. Se necessário, a OTAN pode derrubar esses aviões; se não representarem ameaça, serão apenas interceptados e escoltados para fora do espaço aéreo da aliança”, afirmou.

Enquanto países como a Polônia adotam um tom mais duro e acusam Moscou de ataques deliberados, Rutte buscou moderação, observando que, até o momento, as incursões russas parecem não ter sido intencionais, embora “imprudentes e inaceitáveis”.

Crédito Breitbart

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