Um caso ocorrido recentemente na Argentina lançou luz sobre o impacto da ideologia de gênero nas escolas e nos sistemas institucionais, gerando indignação e preocupação. Em meio a um debate global sobre identidade de gênero, a história de uma adolescente de 14 anos, chamada ficticiamente de Mariela, revela as complexas relações entre famílias, escolas e a militância política que impulsiona a transição de gênero em menores de idade.
O Início do Conflito
A situação começou quando Mariela, ainda em luto pela perda de seu pai durante a pandemia, expressou sentimentos de desconforto e confusão típicos da adolescência. A Escola Nacional Arturo Humberto Illia, em Mar del Plata, ao invés de fornecer apoio emocional, aproveitou-se da situação para sugerir uma transição de gênero. Uma “comissão de gênero” da escola designou a adolescente como “um menino trans” sem consultar a mãe, prometendo alterar registros oficiais, como lista de chamada e boletins escolares.
Pressões Institucionais e o Lobby de “Gênero“
A mãe, ainda em luto e sem recursos para compreender o que estava acontecendo, foi direcionada pela escola à Associação por um Mundo Igualitário (AMI), uma organização ativista que defende a “afirmação de gênero” como única solução para crianças em conflito com sua identidade. A pressão psicológica aumentou, com argumentos que apelavam ao medo: “Você prefere ter uma filha morta ou um filho trans?”.
Por dois anos, a mãe enfrentou acusações de transfobia e ameaças de violência doméstica por tentar buscar prudência no processo. Paralelamente, Mariela começou a expressar dúvidas sobre sua suposta identidade de gênero masculina. Apesar disso, a escola intensificou seus esforços, incluindo uma tentativa de alterar o documento de identidade da jovem sem o consentimento materno.
Intervenção Judicial
Quando Mariela, aos 16 anos, decidiu retomar sua identidade feminina, a escola resistiu. Em vez de respeitar sua decisão, os registros oficiais mantiveram o nome masculino, prolongando seu sofrimento. A situação escalou com uma denúncia da psicóloga escolar contra a mãe por “violência psicológica”, posteriormente arquivada por falta de fundamento.
Não satisfeita, a escola acionou o Judiciário para retirar a guarda da mãe, argumentando falsamente sobre a identidade de gênero de Mariela. Mesmo após a apresentação de laudos psicológicos que confirmavam o desejo da adolescente de ser reconhecida como mulher, o processo judicial continuou, absorvendo recursos emocionais e financeiros da família.
Denúncias Contra a Escola
A mãe de Mariela, com o apoio de um advogado, denunciou a diretora da escola, Analía Laxalde, por fraude processual e supressão de identidade de menor. A psicóloga também foi acusada de coação e falsa denúncia. Ambas enfrentaram processos administrativos por suas ações.
Laxalde, uma ativista política, foi apontada como responsável por promover ideologia de gênero no Instituto de Formação Docente em Mar del Plata, onde também é diretora. Relatos de alunos e professores indicam práticas autoritárias e perseguição ideológica, com a inclusão de disciplinas politizadas nos cursos de formação docente.
Final Feliz ou Exceção?
Atualmente, Mariela vive uma vida normal, tentando superar o trauma com o apoio de sua mãe e um grupo de mães de jovens com disforia de gênero acelerada. Apesar de o caso aparentemente ter um desfecho positivo, ele evidencia os desafios enfrentados por famílias envolvidas em situações semelhantes. Muitas vezes, o sistema de cooptação em torno da ideologia de gênero é uma via sem retorno, onde pais desinformados e crianças vulneráveis se tornam vítimas de uma máquina bem articulada e politicamente motivada.
O caso de Mariela é um alerta sobre a necessidade de proteger as famílias de pressões institucionais e políticas que priorizam agendas ideológicas acima do bem-estar e da vontade individual de crianças e adolescentes.