As autoridades da França e Reino Unido aplaudiram neste domingo a formação de um Governo de transição na Síria, conforme anunciado na véspera pelo presidente do país, Ahmed al Shara, que defendeu um Executivo “baseado na prestação de contas e transparência”, que foi rejeitado pelos curdos por entenderem que não representa os interesses de toda a população e que, na realidade, trata-se de um instrumento a serviço do antigo líder jihadista.
“A França celebra a formação de um novo Governo na Síria em 29 de março. De acordo com os princípios estabelecidos na declaração adotada em Paris em 13 de fevereiro após a conferência internacional sobre a Síria, estamos dispostos a apoiar as autoridades sírias para alcançar uma transição política pacífica e inclusiva que garanta a preservação do pluralismo sírio”, diz um comunicado do Ministério das Relações Exteriores francês.
O responsável do Reino Unido para o Oriente Médio e Norte da África, Hamish Falconer, “acolheu com satisfação o anúncio” sobre a formação do novo Governo sírio e garantiu através de seu perfil na rede social X que as autoridades britânicas estão “dispostas a apoiar um futuro inclusivo, estável e próspero para o povo da Síria”.
Por sua vez, a Turquia, um dos aliados mais próximos dos grupos de oposição sírios liderados pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al Sham (HTS) que em dezembro conseguiram derrubar o regime de Bashar al Assad, garantiu que este passo “demonstra o compromisso da Administração síria de avançar na transição política, liderada e controlada pelos sírios, de maneira inclusiva”.
“A Turquia continuará apoiando um processo político abrangente e inclusivo, que continua sendo uma das pedras angulares para estabelecer a segurança e a estabilidade na Síria. Neste período crítico, é importante que a comunidade internacional concentre seus esforços na estabilização da Síria e, neste contexto, é essencial que as sanções sejam levantadas sem pré-condições e se inicie a reconstrução da Síria”, diz um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
As autoridades da Arábia Saudita também reagiram à medida, expressando sua “satisfação” pelo anúncio e sua “esperança de que este cumpra as aspirações do povo sírio”, enquanto reafirmaram sua disposição para “cooperar e trabalhar com o novo Governo sírio de uma maneira que reflita as relações fraternas e históricas de ambos os países e fortaleça as relações em todos os âmbitos”.
Neste sentido, o Ministério das Relações Exteriores saudita desejou “sucesso” ao novo gabinete para “conseguir a segurança, a estabilidade e a prosperidade para a Síria”.
Enquanto isso, a Jordânia, que reiterou a “firme postura” de apoiar a reconstrução sobre garantias de segurança, unidade e estabilidade, mostrou seu interesse em “aprofundar a cooperação” em diversos âmbitos, o que reflete a relação histórica e estratégica entre ambos”. Por sua vez, defendeu “construir relações baseadas no respeito, apoio e confiança mútuos, e abordar todos os assuntos de uma maneira que beneficie ambos os países irmãos”.