Deputados e senadores destacaram que o ex-presidente está doente e não oferecia risco de fuga
Políticos e analistas se manifestaram sobre a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro decretada neste sábado, 22, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro atendeu a pedido da Polícia Federal e citou risco de fuga. O motivo foi a convocação, pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de apoiadores de Bolsonaro para uma vigília pela saúde do ex-presidente. Moraes citou uma suposta tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro à 0h08 deste sábado e a proximidade de embaixadas.
Nas redes sociais, políticos da oposição lamentaram a prisão, citaram os problemas de saúde de Bolsonaro e criticaram Moraes. A necessidade de aprovação da anistia também voltou a ser comentada.
A deputada Bia Kicis (PL-DF) considerou a decisão “mais uma injustiça colossal”. “Bolsonaro é inocente e a sua prisão põe em risco a vida do maior líder da direita.”
Para o deputado Maurício Marcon (Podemos-RS), a motivação para a prisão não é válida. “Primeiro ser humano na história a ser preso por causa de uma vigília! Quem trata Moraes como uma pessoa normal, é tão fora da órbita quanto ele”, escreveu. Em vídeo, ele disse que é hora de o Congresso reagir com a votação da anistia.
O ex-presidente da República e senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) considerou a prisão arbitrária. “O presidente Jair Bolsonaro não constitui uma ameaça à ordem pública e sua transferência para a PF mostra claramente que o arbítrio e a perseguição não tem fim.”
O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) também contestou o fundamento da prisão — garantia da ordem pública — usado por Moraes. “Esse foi o pretexto que o sistema usou para tentar justificar a prisão de um homem inocente. Sem roubar, sem liderar esquemas bilionários de corrupção, sem tramas escusas, sem provas que evidenciem qualquer tipo de crime”, escreveu o parlamentar. “Que ameaça à ordem pública há num ato de oração pela vida de um idoso com a saúde debilitada? Querem matar Bolsonaro com requintes de crueldade. Injustiça. Desumanidade!”
O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) se manifestou de maneira semelhante. “Agora eu pergunto: qual a ameaça à ordem pública um ato de oração pela vida de um idoso com a saúde debilitada?”, indagou. “Moraes quer matar Bolsonaro. É muita crueldade, covardia e injustiça!”
Para o senador Rogério Marinho (PL-RN), a prisão de Bolsonaro é um abuso que viola a lógica jurídica. “Prender preventivamente quem já cumpre domiciliar e está debilitado é um abuso que viola a lógica jurídica”, escreveu. “Fazer isso num sábado, com o Congresso desmobilizado, revela um viés político claro e tentativa de evitar escrutínio. Quanto maior a arbitrariedade, mais forte se torna nossa determinação de lutar por justiça diante de tantas injustiças e perseguições.”





