A Colômbia, presidida pelo esquerdista Gustavo Petro, declarou sua porção da Amazônia como área livre de mineração em larga escala e extração de hidrocarbonetos e convidou outros países onde o bioma está localizado a fazer o mesmo, causando constrangimento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aliado do mandatário colombiano.
O anúncio foi feito na quinta-feira (13) por Irene Vélez Torres, ministra interina do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia, durante a reunião de ministros da área da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), dentro da COP 30, em Belém.
“A Colômbia decidiu dar o primeiro passo. Somos o primeiro país da bacia amazônica a declarar toda a porção colombiana do bioma amazônico como reserva de recursos naturais renováveis, protegendo-a da mineração em larga escala e das atividades de extração de hidrocarbonetos”, disse Vélez Torres, em comunicado divulgado pelo governo colombiano.
“Fazemos isso não apenas como um ato de soberania ambiental, mas também como um apelo fraterno aos demais países que compartilham o bioma amazônico, porque a Amazônia não conhece fronteiras e sua preservação exige que caminhemos juntos”, acrescentou a ministra.
A Amazônia abrange 42% do território da Colômbia, mas apenas 7% da floresta está localizado no país. Aproximadamente 60% da área total do bioma é parte do Brasil.
Em outubro, a Petrobras obteve do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) licença para uma perfuração exploratória no Amapá a 500 km da Foz do rio Amazonas e a 175 km da costa, na Margem Equatorial brasileira.
Oito organizações das áreas ambiental, indígena, quilombola e de pescadores artesanais ingressaram com uma ação na Justiça Federal do Pará para questionar a licença.
Também no mês passado, o Ministério Público Federal (MPF) recorreu de uma decisão da Justiça Federal que havia negado em setembro a suspensão do leilão de 19 blocos de exploração de petróleo e gás na Bacia da Foz do Amazonas.
