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Petrobras e chinesas vencem leilão da PPSA e governo terá R$ 17 bi

Foram vendidos 37,5 milhões de barris de petróleo a serem produzidos em 2025 em 2 campos do regime de partilha de pré-sal; valor entrará no caixa do Tesouro só em 2025

A Petrobras e duas estatais chinesas foram as grandes vencedoras do 4º leilão de petróleo da PPSA (Pré-Sal Petróleo SA). A estatal brasileira arrematou 2 lotes e a Cnooc e a PetroChina levaram 1 cada uma. Com os ágios expressivos, o governo terá cerca de R$ 17 bilhões em receitas para o governo federal, acima dos R$ 15 bilhões estimados inicialmente.

Os valores serão depositados diretamente na conta única do Tesouro Nacional à medida que as cargas embarcadas forem sendo pagas pelo comprador, o que se dá de 30 a 45 dias depois do embarque. Como o volume leiloado se refere à estimativa da parcela de petróleo da União em 2025, os recursos entrarão no caixa do governo entre abril de 2025 e abril de 2026.  

A disputa foi realizada nesta 4ª feira (31.jul.2024) na sede da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo). Ao todo, 10 petroleiras estavam habilitadas, mas a disputa na maioria dos lotes ficou concentrada entre a Petrobras e as chinesas. Só no último lote (Búzios) a PRIO (antiga PetroRio) também entrou na briga com o melhor lance inicial, mas a vencedora novamente foi a Petrobras.

Venceu quem ofertou menor desconto sobre o valor cheio desta 4ª do barril de petróleo brent –que era negociado entre US$ 80 e US$ 81 no momento do leilão. O menor desconto foi de US$ 1,35 sobre o Brent do dia. Pelo edital, o limite mínimo para os 3 lotes de Mero era de desconto de US$ 4,40. Já para Búzios, era de US$ 4,25.

Foram licitados 37,5 milhões de barris em 3 lotes do campo de Mero e 1 de Búzios, que operam no pré-sal sob o regime de partilha de produção. Como se refere a uma estimativa de produção futura, ao arrematar um lote o comprador terá disponível toda a carga que seria partilhada à União em 2025, ainda que o montante total seja maior ou menor ao volume fixado no edital.

Eis os lotes ofertados e os vencedores:

  • lote 1 Mero: 12 milhões de barris a serem produzidos pelo FPSO Guanabara – vencedor: Petrobras (desconto de US$ 1,85 sobre o Brent);
  • lote 2 Mero: 12 milhões de barris a serem produzidos pelo FPSO Sepetiba – vencedor: Cnooc (desconto de US$ 1,59 sobre o Brent);
  • lote 3 Mero: 11 milhões de barris a serem produzidos pelos FPSOs Duque de Caxias e Pioneiro de Libra – vencedor: PetroChina (desconto de US$ 1,35 sobre o Brent);
  • lote 4 Búzios: 2,5 milhões de barris a serem produzidos pelos 5 FPSOs do campo – vencedor: Petrobras (desconto de US$ 1,85 sobre o Brent).

É comum os valores do barril terem desconto neste tipo de leilão pelo fato de o petróleo estar sendo comercializado na plataforma. Ou seja, o ganhador do leilão ficará responsável por buscar o petróleo no FPSO e arcar com todos os custos logísticos para levar a carga até o mercado final. 

A presidente da PPSA, Tabita Loureiro, comemorou o resultado do 4º certame. “Tivemos um leilão com recorde de participantes, com a maior concorrência da nossa história. E como saldo, tivemos recorde no valor em que está sendo vendido o petróleo da União”, afirmou.

VOLUME DEVE QUINTUPLICAR ATÉ 2029

Com o leilão desta 4ª feira, a PPSA vendeu o equivalente a 100 mil barris de óleo por dia a serem produzidos para a União em Mero e Búzios. Segundo Tabita Loureiro, as projeções são de que a parcela do governo nesses campos alcance 500 mil barris/dia em 2029.

“Se esse já é um resultado extraordinário para a sociedade brasileira, em 2029 se multiplicará em 5 vezes. Estamos falando que a produção da parcela de óleo da União vai superar os 500 mil barris por dia. Portanto, se vamos arrecadar R$ 17 bilhões em 2025, lá em 2029 estaremos falando em R$ 70, R$ 80 bilhões entregues pelos contratos de partilha para a União”, afirmou.

Esse valor vem crescendo a cada ano a medida que a produção no pré-sal aumenta. Para se ter ideia, em 2023, a PPSA tinha tido receita recorde com a comercialização de óleo da União de R$ 6 bilhões. 

No governo, há uma estimativa de que os próximos leilões de óleo da estatal devem resultar em cerca de R$ 120 bilhões para o governo nos próximos 3 anos, ou seja, até o final do governo Lula 3. Esse dinheiro entra no caixa geral do Tesouro.

Criada em 2013, a PPSA é uma estatal que visa vender a parcela de petróleo e gás natural da União nos contratos de partilha de produção. Esse modelo vigora em campos considerados estratégicos, como alguns gigantes do pré-sal.

No regime de partilha, as petroleiras que exploram essas áreas precisam repassar um percentual fixo ao governo do óleo que é extraído. Essa parcela é definida durante o leilão de cada bloco. Esse repasse é feito por intermédio da PPSA, que recebe esse petróleo e comercializa para o governo. 

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