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PF: suposto plano de golpe previa deslocamento de militares do Rio a Brasília

Segundo a Polícia Federal, militares estudaram orçamento para transportar colegas do Rio de Janeiro para Brasília, de modo a consumar o alegado plano.

A Polícia Federal (PF) aponta que o suposto plano para assassinar o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes (STF) previa orçamento de R$ 100 mil para o deslocamento de militares do Rio de Janeiro a Brasília. A consumação do golpe, segundo o relatório enviado ao gabinete do magistrado, passaria pelo aumento do efetivo na capital.

A informação tem como base uma troca de mensagens entre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, e o major Rafael Martins de Oliveira.

“Pelo teor do diálogo, seria uma estimativa de gastos para possivelmente viabilizar as ações”, diz a investigação da PF. Rafael foi preso na quinta-feira (19/11), junto com o general Mario Fernandes, que foi ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Bolsonaro.

O relatório prossegue: “Pelo que se infere, a troca de mensagens entre Mauro Cid e Rafael Martins evidencia a existência de um planejamento, o qual necessitaria de ‘hotel’, ‘alimentação’ e ‘material’, com custos estimados em R$ 100 mil. Além disso, os interlocutores indicam que estariam arregimentando mais pessoas do Rio de Janeiro para apoiar a execução dos atos”.

“Trazer um pessoal do Rio”

O parecer reproduz trecho da conversa em que os militares falam sobre levar colegas alocados em terras cariocas à capital federal. Referindo-se ao valor, disse Mauro Cid: “Para trazer um pessoal do Rio”. Rafael de Oliveira respondeu: “Pode ser preciso também”. O ajudante de ordens finalizou: “Vai precisar”.

Foi no Rio de Janeiro que o general de brigada da reserva Mario Fernandes, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira foram presos.

Bug em aplicativo do Exército

O diálogo sobre o orçamento foi recuperado pelas autoridades graças a uma instabilidade no UNA, aplicativo de mensagens utilizado pelo Exército. Com o app indisponível por causa do bug, eles recorreram ao WhatsApp e, dessa forma, a conversa cai nas mãos de investigadores da Polícia Federal.

Em outra frente da suposta operação clandestina, a Polícia Federal identificou que militares foram à quadra onde Alexandre de Moraes morava, na Asa Sul, em Brasília. O plano, identificou a PF, previu o sequestro e o assassinato do ministro, que se tornou um dos principais adversários do governo Bolsonaro, sobretudo após o presidente ser incluído pelo magistrado no Inquérito das Fake News, em 2021.

PF indiciou Bolsonaro e mais 36 por plano de golpe

A Polícia Federal concluiu na última quinta-feira (21/11) o inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado em 2022. Além do ex-presidente, entre os indiciados por crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa estão os generais ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, bem como o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

À coluna Bolsonaro reclamou do relator do inquérito no STF: “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei. Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”.

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