Foto - Enea Lebrun
Investigação do Ministério Público abrange ainda María Corina
O chefe do Ministério Público da Venezuela, Tarek Saab, anunciou, nesta segunda-feira, 5, a abertura de um inquérito contra o ex-diplomata Edmundo González e a líder da oposição no país, María Corina Machado, sua madrinha política na disputa eleitoral.
Conforme Saab, o motivo é a autoproclamação de González como presidente eleito, que foi endossada por María Corina, algo “à margem das leis e da Constituição”. Isso porque, de acordo com o “PGR”, apenas o Conselho Eleitoral Nacional pode declarar o vencedor da eleição.
“No referido comunicado, fica evidente a alegada prática dos crimes de Usurpação de Funções, Divulgação de Informações Falsas para Causar Angústia, Instigação à Desobediência de Leis, Instigação à Insurreição, Associação ao Crime e Conspiração”, afirmou Saab, sobre a carta do oposicionista.
Edmundo González se declara presidente
Em um comunicado publicado há algumas horas, González proclamou-se presidente eleito do país.
A mensagem veio pouco mais de uma semana depois da disputa contra Nicolás Maduro, na qual, segundo o CNE, o ditador teve 51% dos votos, contra 44% de González. Atas obtidas pela oposição, contudo, mostram um resultado divergente: 67% para o oposicionista e 30% para o chavista. A agência de notícias AFP e o Centro Carter avalizaram o resultado em prol do ex-diplomata.
“Agora, cabe a todos nós respeitar a voz do povo”, disse González, em um comunicado. “Fizemos a nossa parte. Realizamos a mais formidável mobilização cívica para que a vitória eleitoral fosse inquestionável. É um triunfo obtido com enorme energia e firmeza.”
Conforme González, a oposição obteve 67% dos votos, enquanto Maduro ficou com 30%. “Essa é a expressão da vontade popular”, constatou o oposicionista. “Vencemos em todos os Estados do país e em quase todos os municípios. Todos os cidadãos são testemunhas desta realidade, incluindo os membros do Plano República.”