PGR mantém há seis meses parada investigação sobre sigilos de Lula

A apuração foi aberta em fevereiro e recai sobre a chamada “caixa-preta” criada pelo Planalto

A investigação sobre os sigilos impostos pelo governo Lula, que envolve o presidente, seus filhos e a primeira-dama Janja, chegou a seis meses paralisada na Procuradoria-Geral da República (PGR). Sob a gestão de Paulo Gonet, a PGR sustenta que não há até agora indícios consistentes que justifiquem avançar com o inquérito, argumento que, na prática, congelou o caso até o momento.

A apuração foi aberta em fevereiro e recai sobre a chamada “caixa-preta” criada pelo Planalto, quando informações públicas foram colocadas sob sigilo de 100 anos. O procedimento tramita no setor criminal da PGR e questiona a ocultação de dados que, de acordo com regras de transparência, deveriam estar disponíveis para a sociedade.

Um dos pontos que despertaram atenção foi a decisão de esconder registros sobre a quantidade de assessores lotados para atender exclusivamente à primeira-dama, Rosângela da Silva. Outro aspecto sob análise é o bloqueio de informações sobre visitas feitas pelos filhos de Lula ao Palácio do Planalto.

Além desses sigilos, o Ministério Público também requisitou explicações sobre os gastos com deslocamentos de Janja. Documentos oficiais indicam que ela e sua equipe adotam uma prática constante de comprar passagens aéreas em cima da hora, o que eleva os custos para os cofres públicos. Das 144 viagens realizadas em voos comerciais, 140 tiveram os bilhetes adquiridos com até 15 dias de antecedência.

Investigação na PGR sobre sigilos nas viagens de Janja

Nos compromissos assumidos pela própria Janja, não existe registro de passagem comprada com mais de nove dias antes do embarque. A mesma lógica se repetiu em compromissos internacionais, como na 48ª sessão do Fida, em Roma, e na Cúpula Nutrição para o Crescimento N4G, em Paris.

Essas informações constam no Painel de Viagens do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. A base de dados reúne também os deslocamentos de 12 servidores que funcionam como auxiliares informais da primeira-dama.

Apesar disso, a plataforma oficial leva semanas para ser atualizada. Até agora, não aparecem registros da viagem de Janja a Paris, entre 4 e 9 de junho, quando acompanhou Lula em sua terceira visita de Estado à França, a convite do presidente Emmanuel Macron.

Segundo o sistema, a última viagem oficialmente registrada de Janja ocorreu em março, em encontro internacional sobre nutrição, no qual representou o Brasil em discussões com lideranças estrangeiras.

Crédito Revista Oeste

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