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Os candidatos debatem quando têm que debater. É por isso que Donald Trump não o fez durante as primárias. Joe Biden, lutando contra números péssimos nas pesquisas, surpreendeu a todos ontem ao concordar com dois debates.
E por que Trump, que vinha exigindo uma comparação direta – chegando até a sugerir debater no meu programa – aceitou imediatamente?
E com uma rapidez que levantou suspeitas sobre uma possível “fraude”, ambos os lados concordaram, em poucas horas, em realizar os debates na CNN em 27 de junho e na ABC em 10 de setembro. (Quatro redes foram consideradas elegíveis.) A CNN já anunciou Jake Tapper e Dana Bash como moderadores.
Embora detalhes importantes ainda precisem ser resolvidos, Trump parece ter concordado com duas condições importantes impostas por Biden. E este não é um homem que gosta de ter as regras ditadas por outros.
Primeiro, Biden não quer uma plateia. Ele não quer Trump, que atrai grandes multidões em comícios, incitando seus apoiadores a vaiar e gritar. (Trump disse que queria locais grandes para “empolgação.”) O presidente quer um debate tranquilo, focado em políticas.
Segundo, Biden quer um botão de silêncio. Ou seja, quando um candidato estiver falando pelos 60 ou 30 segundos alocados, o microfone do outro será desligado. Isso é para evitar uma repetição do primeiro debate em 2020, quando Trump constantemente interrompia ou falava sobre Biden e o moderador Chris Wallace. O ex-presidente provavelmente não está entusiasmado com isso.
Tudo isso se tornou público às 8h da manhã de ontem, quando Biden postou um vídeo curto e sarcástico:
“Agora ele está agindo como se quisesse debater comigo novamente. Bem, faça o meu dia, amigo!
Aceito até debate duas vezes. Então vamos escolher as datas, Donald.
Ouvi dizer que você está livre às quartas-feiras.”
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Trump respondeu no Truth Social que, embora “Crooked Joe Biden seja o PIOR debatedor que já enfrentei” e “não consiga juntar duas frases”, ele aceita.
É difícil mensurar a importância desses dois eventos que, mais do que qualquer debate desde que Ronald Reagan disse a Jimmy Carter em 1980 “lá vai você de novo”, poderiam decidir a eleição.
Biden esta a caminho de perder a eleição. Ele tem sido protegido e quase não aparece na mídia, mesmo antes do início do julgamento de Trump. Sua equipe deve ter reconhecido isso tardiamente.
A equipe de Biden acredita que seu conhecimento superior se tornará evidente em debates simples. Há também a convicção de que, quanto mais o público ver Trump, que está confinado em um tribunal de Manhattan, melhor será para o presidente.
Por outro lado, a presença física imponente e o estilo bombástico de Trump apresentarão um contraste favorável com o semblante idoso e a voz fraca de Biden (embora tenham apenas três anos e meio de diferença).
E acredite, como alguém que já entrevistou Donald por uma hora, ele pode se concentrar e manter a disciplina quando quer.
Isso provavelmente soa como o sinal de morte para a Comissão de Debates Presidenciais, que organiza os eventos desde 1988. Além disso, os moderadores eram frequentemente questionados. Portanto, ambos os candidatos estão abandonando o painel bipartidário.
Já há rumores de que Trump pode encontrar razões para recuar, mas não vejo isso acontecendo.
Biden precisava se lançar mais. Saberemos em breve se essa sua aposta valeu a pena.
