Premiê de Macron confirma renúncia e diz que substituto será nomeado até sexta

O primeiro-ministro francês Sébastien Lecornu confirmou nesta quarta-feira (8) sua renúncia, que havia sido anunciada há dois dias, e disse que o presidente Emmanuel Macron deve nomear um substituto dentro das próximas 48 horas, conforme recomendado pelo premiê.

Lecornu fez o anúncio depois que fracassaram as conversas que Macron havia pedido para que o premiê negociasse com partidos franceses a formação de um governo provisório.

Segundo informações do jornal Le Figaro, os socialistas impuseram uma condição considerada “inegociável” pelo governo: a suspensão da reforma da previdência, como pré-requisito para que votos de censura contra o governo não fossem apresentados e aprovados na Assembleia Nacional.

Após as reuniões, em entrevista à emissora pública France 2, Lecornu disse que por ora está afastada a possibilidade de dissolver o Parlamento, o que levaria à convocação de eleições antecipadas, já que “há uma maioria na Assembleia Nacional que rejeita a dissolução”, e afirmou que “ainda é possível” chegar a um acordo sobre o orçamento de 2026.

A resistência da esquerda e da direita nacionalista às propostas orçamentárias do governo francês levaram à destituição de dois premiês e à renúncia de Lecornu em menos de um ano.

Ao falar que recomendou a Macron nomear um novo premiê até sexta-feira (10), o primeiro-ministro demissionário falou sobre qual deve ser o perfil do seu substituto.

“A equipe que assumirá a responsabilidade, seja ela quem for, terá que estar completamente desconectada de ambições presidenciais para 2027”, afirmou, citando a eleição em que o substituto de Macron será escolhido.

Lecornu, que foi nomeado há menos de um mês, mencionou na segunda-feira a impossibilidade de seguir governando, dada a fragmentação no Parlamento francês.

Na França, o presidente, chefe de Estado, aponta um premiê para chefiar o governo.

A França vive um impasse político, já que nenhum dos três principais blocos políticos no Parlamento – a coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP), o partido de direita nacionalista Reagrupamento Nacional (RN) e o grupo de Macron – tem maioria absoluta na Assembleia Nacional.

Logo, qualquer indicado por Macron estará, como os dois premiês nomeados antes de Lecornu, sujeito a ser derrubado por uma votação na Assembleia Nacional.

Crédito Gazeta do Povo

compartilhe
Facebook
Twitter
LinkedIn
Reddit

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *