Presidente de Honduras Cancela Reunião da CELAC Após Falta de Consenso Sobre Deportações de Trump


A presidente de Honduras, Xiomara Castro, anunciou o cancelamento da reunião extraordinária da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que estava programada para acontecer no próximo dia 30 de janeiro de 2025, em Tegucigalpa.

O motivo alegado foi a “falta de consenso” entre os países membros, especialmente após um pedido do presidente colombiano Gustavo Petro para incluir na pauta discussões sobre as deportações em massa de imigrantes ilegais anunciadas pela administração de Donald Trump.


Reação à Política Migratória dos EUA


O encontro da CELAC havia sido convocado com caráter de urgência pela presidência Pro Tempore, exercida por Honduras, e teria como temas principais migração, meio ambiente e unidade latino-americana. No entanto, a tentativa de transformar o evento em um fórum de oposição às políticas migratórias de Trump gerou divisões internas dentro do bloco.


Gustavo Petro, um dos principais aliados da esquerda latino-americana, pressionou para que a reunião abordasse a política de deportações de imigrantes ilegais implementada recentemente pelos EUA. O governo Biden já vinha adotando medidas similares, mas Trump reforçou a estratégia ao suspender a emissão de vistos para colombianos e sancionar autoridades que interferiram nos voos de repatriação.


Falta de Apoio Regional e Recuo de Castro


Fontes diplomáticas indicam que não houve consenso entre os países-membros sobre a necessidade de emitir um posicionamento conjunto contra as deportações, o que levou Xiomara Castro a recuar e cancelar o encontro. Apesar das pressões da Colômbia, outros países não demonstraram interesse em confrontar diretamente os Estados Unidos, especialmente diante das sanções econômicas e restrições diplomáticas impostas recentemente.


A decisão de Castro representa um duro golpe para o Foro de São Paulo, que via a CELAC como uma plataforma para organizar uma resposta unificada às ações de Trump na América Latina. Sem o apoio esperado, a estratégia de Petro e da esquerda latino-americana sofreu um revés, evidenciando dificuldades para mobilizar uma frente regional contra as políticas do governo norte-americano.


Enquanto isso, a administração Trump reafirmou que as deportações continuarão e que os países que se recusarem a aceitar seus cidadãos deportados enfrentarão sanções severas. O governo americano já deixou claro que não cederá a pressões externas e que seguirá priorizando uma agenda migratória mais rígida.


O cancelamento da reunião da CELAC mostra que a tentativa da esquerda latino-americana de se articular contra Trump encontrou obstáculos internos, e que alguns países preferem evitar confrontos diretos com os EUA, diante do impacto econômico e diplomático que poderiam sofrer.


A expectativa agora é sobre qual será o próximo movimento de Gustavo Petro e seus aliados diante da falta de apoio regional para a sua proposta.


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