Presidente Noboa vence as eleições no Equador com quase 56% dos votos e onze pontos à frente de González

O atual presidente do Equador e candidato conservador, Daniel Noboa, venceu o segundo turno das eleições presidenciais realizadas neste domingo com mais de onze pontos percentuais de vantagem sobre sua rival, a correísta Luisa González, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Noboa, que se apresenta sob a sigla do partido Ação Democrática Nacional (ADN), obteve 55,85% dos votos contra 44,15% conquistados pela líder do Movimento Revolução Cidadã (RC) Luisa González, apoiada por vários partidos progressistas.

A presidente do CNE, Diana Atamaint, disse em entrevista coletiva que com “mais de 90% das atas apuradas, marca-se uma tendência irreversível nos resultados do segundo turno”. “A autoridade eleitoral considera que a chapa vencedora corresponde à lista da Ação Democrática Nacional (ADN), formada por Daniel Noboa Azín e María José Pinto”, anunciou.

Atamaint, que transmitiu as “sinceras felicitações” por parte do CNE “àqueles que se tornaram merecedores da confiança do povo equatoriano”, destacou o “desenvolvimento pacífico, transparente e ordenado deste processo no qual a participação cidadã foi exemplar”.

“Após um árduo trabalho de organização, supervisão e contagem, entregamos os resultados oficiais, que são o fiel reflexo da vontade popular expressa nas urnas. Reiteramos nosso compromisso com a democracia, a legalidade e o respeito absoluto à decisão de cada eleitor, agradecendo àqueles que tornaram possível esta jornada cidadã”, declarou.

Nesse sentido, a presidente do órgão eleitoral indicou que “a democracia se fortalece quando se respeita a voz do povo e hoje essa voz foi ouvida com clareza, mas sobretudo foi respeitada”.

Noboa: “Esta vitória foi histórica”

Após conhecer os resultados do CNE, Noboa, que se tornou o segundo presidente do Equador a conseguir a reeleição desde o retorno da democracia, celebrou uma vitória que “foi histórica”, por ter obtido onze pontos percentuais a mais que González, e destacou um triunfo com uma diferença “de mais de um milhão de votos onde não resta nenhuma dúvida sobre quem é o vencedor”.

O atual chefe de Estado enfatizou que a campanha foi “cheia de conflito” e “cheia de brigas”. “Vimos denegrir completamente a imagem de um presidente que sempre buscava o progresso, a justiça, a liberdade para todos os equatorianos”, lamentou.

No entanto, celebrou que o país “está mudando” e “escolheu um caminho diferente” que busca que as novas gerações “vivam melhor” que as atuais, “tenham uma vida mais digna, uma vida mais justa, uma vida mais transparente, um governo mais transparente, instituições mais transparentes e progresso”.

González não reconhece os resultados

No entanto, González denunciou “a pior e mais grotesca fraude eleitoral da história” do país latino-americano: “Me recuso a acreditar que exista um povo que prefira a mentira antes da verdade, a violência antes da paz e da unidade”, expressou diante de seus apoiadores.

“Por isso, todo o povo que se uniu contra a violência, contra a mentira, vamos pedir a recontagem e que se abram as urnas”, afirmou antes de denunciar “abuso de poder” e o “atropelo dos direitos dos cidadãos”.

A candidata progressista criticou que nenhuma das empresas de pesquisa dava a margem de vitória que Noboa obteve durante o dia, enquanto grande parte a declarava vencedora. “Hoje mais do que nunca temos que estar vigilantes sobre o que faz aquele que se diz presidente da República, porque o apoio popular e do povo ele não tem. Porque estão cometendo fraude, a mais grotesca fraude, e denuncio isso publicamente”, reiterou.

Da mesma forma, considerou que o Equador “não pode continuar governado pela mão de quem é incapaz de conduzir o país rumo à paz, à não-violência, ao desenvolvimento; quem só sabe fazer negócios para sua família, perseguir e odiar o povo equatoriano”.

As duas pesquisas de boca de urna oficiais haviam dado um resultado contraditório, mas muito apertado entre ambos: a Telcodata previa uma vitória de Noboa com 51,2% contra 48,8% de González, enquanto a Corpmontpubli prognosticava um triunfo de González com 51,99% contra 48,01% de Noboa.

Ambos disputaram a Presidência do Equador depois de terminarem quase empatados no primeiro turno, realizado em 9 de fevereiro. Vale mencionar que a participação nestas eleições alcançou 83,76%, superando o percentual do primeiro turno em mais de 1,5 pontos percentuais, embora o voto seja obrigatório para pessoas entre 18 e 65 anos.

O chefe da Missão de Observação da União Europeia, Gabriel Mato, destacou a “normalidade” e “tranquilidade” durante as primeiras horas da votação. Além disso, pediu que se aguardassem os resultados do CNE, lembrando que é “o único que pode” fornecê-los. “Tenhamos todos a paciência devida para esperar um resultado que vai marcar o futuro do Equador”, acrescentou.

Crédito La Gaceta

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