Ramagem nega irregularidades e critica PF por indiciamento no caso Abin
Deputado afirma que exigiu controle sobre software e vê ‘narrativas’ nas investigações
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) rebateu o indiciamento no inquérito sobre o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem e ataques ao sistema eleitoral.
Em publicação nas redes sociais, o parlamentar disse que a Polícia Federal (PF) criou “narrativas” e ignorou medidas que ele próprio teria adotado para evitar abusos durante sua gestão na Abin.
Ramagem destacou que, à frente da agência no governo de Jair Bolsonaro, determinou o controle do software FirstMile. O inquérito afirma que agentes usaram o instrumento para monitorar dissidentes.
Segundo o deputado, sua gestão exonerou o diretor responsável, abriu investigação na corregedoria e documentou as providências. Ele classificou o trabalho da PF como “criatividade endereçada à imprensa” e mencionou conflitos políticos internos na Abin.
O parlamentar disse que vai analisar o relatório final da PF assim que tiver acesso ao material. Ele prometeu apresentar argumentos técnicos contra o que considera versões criadas pelos investigadores.
Um indiciamento de Jair Bolsonaro, sem nem ouvi-lo. Incluíram Carlos Bolsonaro na investigação por uma mensagem recebida, não respondida, de uma funcionária, quando eu já estava eleito deputado, longe da Abin há vários meses.
O início da tal “Abin paralela” surgiu com um…
— Alexandre Ramagem (@delegadoramagem) June 17, 2025
Ramagem questiona inquérito e critica ausência de oitiva de Bolsonaro
Além disso, Ramagem criticou o fato de o ex-presidente Jair Bolsonaro não ter sido ouvido durante o inquérito. Ao todo, a Polícia Federal indiciou 36 pessoas no caso. Entre elas estão integrantes da atual cúpula da Abin, como o diretor Luiz Fernando Corrêa, o chefe de gabinete Luiz Carlos Nóbrega e o corregedor José Fernando Chuy.
Todos ocupam cargos no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) também figura entre os alvos. Os investigadores revelaram que o esquema beneficiou diretamente Bolsonaro.
O ex-presidente, no entanto, não foi formalmente indiciado no caso. A PF justificou a decisão por ele já ser réu por organização criminosa no processo da suposta trama golpista. A Procuradoria-Geral da República deverá decidir se caberá nova denúncia.