Foto - EFE/Miguel Gutiérrez
A ONG Provea divulgou relatório anual sobre a situação de direitos humanos e econômica na Venezuela e também uma análise da gestão de Nicolás Maduro.
A ONG Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos (Provea) divulgou na terça-feira (30) seu relatório anual sobre a situação de direitos humanos e econômica na Venezuela e também uma análise de 11 anos da gestão do ditador Nicolás Maduro, efetivado chefe de Estado e de governo em março de 2013.
A Provea destacou que, em meio a um “panorama devastador de inflação elevada, baixos rendimentos e fraca proteção social”, em apenas 16% dos domicílios da Venezuela o consumo de alimentos é suficiente; 50,6% dedicam quase toda a sua renda à alimentação; e 45,2% da população sofre de insegurança alimentar.
A ONG também alertou sobre a escassez do acesso a serviços básicos, já que 69% da população venezuelana sofre “severas restrições no acesso à água potável”, 61,9% enfrenta graves falhas no fornecimento de energia e 49,4% tem pouco acesso a serviços de transporte.
11 anos sob Maduro: Números alarmantes de violações e declínio na qualidade de vida na Venezuela
A respeito dos 11 anos da ditadura de Maduro, os números da Provea ilustram o aprofundamento da repressão do chavismo desde que ele substituiu Hugo Chávez, a princípio interinamente em 2012 e depois definitivamente, em março do ano seguinte, com a morte do seu mentor.
Segundo a ONG, entre 2013 e 2023, ao todo 43.003 venezuelanos foram vítimas de violações da integridade pessoal, incluindo 1.652 vítimas de tortura e 7.309 de tratamento ou punição cruel, desumana e degradante.
Nesse período, agentes de segurança mataram pelo menos 10.085 pessoas, e a maioria desses casos permanece sem investigação, conforme apontou a Provea.
Essa opressão acompanhou uma queda vertiginosa na qualidade de vida na Venezuela.
No final de 2022, a Venezuela ocupava o 119º lugar entre 193 países analisados, com um dos índices mais baixos da América Latina (0,699). A Provea também ressaltou que nos últimos anos o Produto Interno Bruto (PIB) do país sofreu uma retração de mais de 80%.