Victor Santos criticou a falta de apoio federal na megaoperação contra o Comando Vermelho, que já tem mais de 60 mortos
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, comentou nesta terça-feira, 28, o cenário da segurança pública e a falta de apoio do governo federal ao enfrentamento do crime organizado. “São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem”, afirmou em entrevista à Rede Globo. “Esses criminosos dominaram essa região.”
“Casas construídas de forma irregular, becos em que é impossível fazer o patrulhamento. Isso causa risco maior à população e, obviamente, aos policiais”, descreveu Santos. “Hoje, por exemplo, utilizaram drones lançando artefatos explosivos contra os policiais e a população. Essa é a realidade, esse estado de guerra que a gente vive no Rio de Janeiro.”
O secretário trouxe dados para falar da falta de auxílio do governo federal. “São quase 1,9 mil favelas no Rio de Janeiro. Nós somos o quarto menor Estado, mas o terceiro mais populoso. Seiscentos fuzis apreendidos na mão de criminosos. É um diagnóstico muito ruim do Rio de Janeiro.”
Victor Santos, Rio’s security secretary, told local television that “Operation Containment” had been ordered to capture Red Command gang members, who control of large chunks of Rio and are increasingly present in other parts of Brazil, including the Amazon region.
8/ pic.twitter.com/QQwjzp0shn— Lord Bebo (@MyLordBebo) October 28, 2025
Durante coletiva, o governador Cláudio Castro lamentou a falta de colaboração federal em operações anteriores e disse que as forças estaduais atuaram sozinhas na megaoperação desta terça-feira. “É uma operação maior do que a de 2010 e, infelizmente, dessa vez, como ao longo desse mandato inteiro, não temos o auxílio nem de blindados, nem de nenhum agente das forças federais, nem de segurança, nem de defesa.”
Polícias realizam Operação Contenção no Rio de Janeiro
As falas do governador e do secretário vieram no contexto da Operação Contenção, iniciativa das polícias Militar e Civil para barrar a expansão da facção Comando Vermelho em favelas cariocas. Com 64 mortos confirmados, sendo quatro policiais, a ação já é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, acima da Operação Jacarezinho, em 2021, que terminou com 28 mortes.
Lançada há um ano, a operação envolveu o Ministério Público estadual e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes e resultou na denúncia de 70 pessoas por crimes como associação ao tráfico e tortura. Entre os investigados está Edgar, conhecido como “Doca”, apontado como peça-chave na ampliação das atividades da facção criminosa na capital fluminense.
Em resposta, o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou, por meio de nota, que todos os pedidos do governo fluminense têm sido atendidos. O órgão federal criticou a administração estadual, ao alegar demora na aplicação de recursos destinados ao combate ao crime.





