O regime de Vladimir Putin condenou o uso de pressões políticas ou militares contra a ditadura de Nicolás Maduro.
A mensagem foi transmitida diretamente pelo vice-ministro de Assuntos Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov, durante uma reunião em Moscou com o embaixador do regime venezuelano, Jesús Salazar Velásquez.
Segundo um comunicado da Chancelaria russa, Moscou expressou seu “pleno apoio e solidariedade com as autoridades bolivarianas em matéria de proteção da soberania nacional” e condenou o uso de pressões políticas ou militares contra a ditadura de Nicolás Maduro.
“A parte russa confirmou seu pleno apoio e solidariedade com as autoridades bolivarianas em matéria de proteção da soberania nacional e expressou sua enérgica rejeição ao uso de instrumentos de pressão política e de força sobre Estados independentes”, diz o comunicado completo da Chancelaria russa.
O encontro ocorreu em um momento em que o Governo venezuelano tenta capitalizar a rejeição internacional à decisão de Donald Trump de mobilizar navios de guerra, aviões de reconhecimento e um submarino de ataque para águas próximas à Venezuela. Washington sustenta que a operação está orientada a frear o narcotráfico na região, enquanto Caracas insiste que se trata de uma manobra de agressão destinada a preparar um eventual cenário de mudança de regime.
De acordo com o comunicado oficial, o embaixador venezuelano informou às autoridades russas sobre os esforços de Maduro para “manter a estabilidade interna” diante do que descreve como ameaças externas. Além disso, ambas as partes abordaram a cooperação bilateral e os passos para reforçar a parceria estratégica que consolidaram nas últimas duas décadas.
A rejeição ao envio militar de Washington não se limita a Caracas e Moscou. Na semana passada, a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) celebrou uma cúpula virtual na qual condenou o que qualificou como uma ameaça à estabilidade regional.
Da mesma forma, mandatários de Cuba, México, Colômbia e Bolívia expressaram críticas à estratégia dos Estados Unidos, em linha com a posição de outros atores internacionais como China e Rússia, que defenderam o princípio de não intervenção nos assuntos internos da Venezuela.