O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, informou nesta terça-feira que solicitou às autoridades francesas que concedam acesso consular ao cofundador do Telegram, Pavel Durov, detido durante o fim de semana em território francês.
Lavrov explicou, em uma coletiva de imprensa após uma reunião com seu homólogo iemenita, Shaya Mohsen al Zindani, em Moscou, que a solicitação para conceder acesso consular a Durov, que foi detido no sábado em um aeroporto nos arredores de Paris, “está sendo analisada”.
Além disso, ele afirmou que “as relações entre Moscou e Paris estão no ponto mais baixo, especialmente devido à posição da França em questões de liberdade de expressão, liberdade de divulgação de informações e, em geral, no que diz respeito ao respeito à profissão dos jornalistas”, segundo a agência de notícias TASS.
A Procuradoria da França acusa o empresário de um total de doze crimes, incluindo “cumplicidade na posse de imagens de menores de natureza pornográfica”, “cumplicidade na aquisição, transporte, posse, oferta ou tráfico de drogas” e “cumplicidade em fraude por organização criminosa”.
Durov é acusado de “prestação de serviços de criptologia sem a devida declaração”, de acordo com a acusação apresentada como resultado da investigação preliminar do grupo de combate ao crime cibernético da Procuradoria de Paris.
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a detenção de Durov faz parte de “uma investigação judicial em andamento” e, portanto, “não é uma decisão política”, em uma mensagem que o presidente fez questão de tornar pública em resposta às “informações falsas” sobre o caso.
Bruxelas evita comentar a detenção do cofundador do Telegram: “Não é assunto da Comissão”
A Comissão Europeia evitou comentar nesta terça-feira a detenção do cofundador do Telegram, Pavel Durov, na França, destacando que se trata de uma prisão realizada pelas autoridades francesas como parte de uma investigação criminal de caráter nacional.
Nesse sentido, Bruxelas se distanciou do episódio, reiterando que não se trata de um caso relacionado com a Lei de Serviços Digitais europeia, à qual o Telegram deve se submeter, mas com menos obrigações após declarar, em fevereiro passado, que tem 41 milhões de usuários na Europa, o que o exclui da categoria de grandes plataformas.
“A detenção do CEO do Telegram foi realizada pelas autoridades francesas, com base na lei penal nacional, e não cabe à Comissão comentar uma investigação nacional”, disse o porta-voz da Comissão Europeia, Thomas Regnier, em uma coletiva de imprensa em Bruxelas.
Segundo Regnier, o Telegram deve cumprir as obrigações gerais previstas pela legislação europeia, embora o nível de conformidade possa aumentar em breve, já que, antes do final de agosto, a plataforma deve atualizar os dados fornecidos a Bruxelas sobre seu número de usuários. Se ultrapassar 45 milhões, será classificada como uma grande plataforma, com maiores responsabilidades sob a lei europeia.
Regnier também explicou que os serviços comunitários estão em contato com a plataforma de mensagens para esclarecer a metodologia utilizada no cálculo de usuários, diante das dúvidas da Comissão Europeia sobre os números apresentados.
Detido no sábado em um aeroporto nos arredores de Paris por suposta conivência de seu serviço de mensagens com crimes de várias naturezas, Durov é acusado de um total de doze crimes, incluindo “cumplicidade na posse de imagens de menores de natureza pornográfica”, “cumplicidade na aquisição, transporte, posse, oferta ou tráfico de drogas” e “cumplicidade em fraude por organização criminosa”.
Durov é acusado de “prestação de serviços de criptologia sem a devida declaração”, de acordo com a acusação apresentada como resultado da investigação preliminar do grupo de combate ao crime cibernético da Procuradoria de Paris.