Deputado cobra suspensão imediata de repasses a instituto investigado por ‘aulas fantasmas’ de capoeira
O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar uma emenda parlamentar do deputado Dimas Gadelha (PT-RJ) destinada ao Instituto Movimento, em São Gonçalo (RJ). A organização não governamental (ONG) recebeu R$ 400 mil de recursos federais para promover aulas gratuitas de capoeira. No entanto, conforme a denúncia, não cumpriu integralmente o contrato.
A representação, entregue na última semana, pede que o TCU suspenda os repasses do Ministério da Cultura à entidade até a conclusão da análise. Sanderson quer que o tribunal investigue o número real de turmas criadas, os polos efetivamente implantados e a compra de uniformes — itens previstos no convênio.
O parlamentar também questiona a escolha da ONG beneficiada. Segundo ele, há ligação direta entre Gadelha e o vereador de São Gonçalo Isaac Ricalde (PCdoB), ex-presidente da entidade. Hoje, quem comanda o Instituto Movimento é o chefe de gabinete do vereador.
Sanderson afirma que Gadelha chegou a fazer campanha para o aliado e vê indícios de violação aos princípios da moralidade e da impessoalidade administrativa. Para ele, o caso exige apuração de possível desvio de finalidade, direcionamento de verbas e favorecimento político.
ONG apresentava irregularidades e “aulas fantasmas”
Uma reportagem da revista Veja revelou que a entidade descumpriu obrigações previstas no convênio. O projeto previa aulas gratuitas de capoeira. Contudo, o instituto teria promovido apenas parte da atividade prometida. A publicação chamou o caso de “aulas fantasmas”.
Dimas Gadelha e Isaac Ricalde negam qualquer irregularidade. Ambos afirmam que a seleção da ONG seguiu critérios técnicos e que não houve interferência política na destinação da emenda.
