“Se invadissem a sua casa, você pediria anistia?”, questiona Moraes

Ministro do STF critica projeto de lei em andamento na Câmara ao votar para acolher denúncia contra Filipe Martins por suposta tentativa de golpe

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes criticou nesta 3ª feira (22.abr.2025) o projeto de lei que concede anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro.

Ao votar para tornar réus o ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) Filipe Martins e outras 5 pessoas, o relator do processo na Corte comparou a invasão às sedes dos 3 Poderes com a invasão de uma casa e questionou: “Se fosse na sua casa, você pediria anistia para essas pessoas?”.

“Se um grupo armado organizado ingressasse na sua casa, destruísse tudo, mas com a finalidade de fazer o seu vizinho mandar na sua casa, ou seja, de afastar você e sua família do comando da sua casa, com violência, destruição, bombas, você pediria anistia para essas pessoas? Se fosse na sua casa, haveria? Então por que no Brasil, na democracia, a tentativa de quebra do estado democrático de direito, tantas pessoas defendem isso?”, declarou no plenário da 1ª Turma.

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), protocolou em 14 de abril, o pedido de urgência para votar o texto. Caso seja aprovado no plenário, o projeto poderá ser votado a qualquer momento, sem precisar passar por comissões.

Relator do caso, Moraes indicou que há indícios suficientes para acolher a denúncia contra o núcleo 2. Todos os 5 ministros da 1ª Turma acompanharam o voto do relator. Por unanimidade, os 6 acusados que fazem parte do alegado grupo se tornaram réus e agora responderão a uma ação penal na Corte.

Segundo a PGR (Procuradoria Geral da República), os acusados seriam os responsáveis por dar suporte jurídico e operacional às ações para efetivar a alegada trama de golpe. Integram o núcleo:

  • Fernando de Sousa Oliveira, delegado da PF e ex-secretário-executivo da SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal);
  • Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais de Bolsonaro;
  • Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, coronel do Exército;
  • Marília Ferreira de Alencar, delegada da PF (Polícia Federal) e ex-subsecretária de Inteligência da SSP-DF;
  • Mario Fernandes, general da reserva e ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro; e
  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

O núcleo, segundo PGR, seria responsável pela elaboração da “minuta golpista” que tinha como objetivo reverter o resultado da eleição. Também teriam participado da concepção do Punhal Verde e Amarelo, que seria o suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.

Outros ainda teriam colaborado com as operações da PRF (Polícia Rodoviária Federal) para, segundo a denúncia, impedir que eleitores de Lula chegassem aos locais de votação no 2º turno das eleições de 2022.

Crédito Poder360

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