Para ex-chanceler, experiência mostra que, em muitos casos, ameaças têm como objetivo abrir canais de negociação
O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, avaliou à CNN Brasil que seria ingenuidade não acreditar na intenção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de interferir na Venezuela.
O ex-chanceler observou, porém, que a experiência mostra que ameaças são levadas ao extremo, muitas vezes, com o objetivo de dar início a uma negociação.
O presidente americano autorizou a CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, a operar na Venezuela com o objetivo de frear o narcotráfico do país sul-americano.
“Seria muita ingenuidade afirmar que isso não acontecerá, mas a experiência mostra que a ameaça é levada a um extremo antes da uma negociação. Sejamos otimistas”, afirmou Amorim à CNN Brasil.
O Brasil tem monitorado nos últimos meses a situação na Venezuela. Tropas brasileiras seguem na fronteira de Roraima para o caso de alguma instabilidade política.
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, respondeu ao presidente dos Estados Unidos.
Em um evento público em Caracas, ele denunciou o que descreveu como “golpes orquestrados pela CIA” e rejeitou qualquer tentativa de intervenção estrangeira na região.
Maduro também pediu que uma guerra fosse evitada. “Quero dizer ao povo dos Estados Unidos: Não à guerra. Não queremos uma guerra no Caribe ou na América do Sul.”
A CNN Brasil pediu comentários do Departamento de Estado dos EUA sobre as declarações do líder venezuelano e aguarda uma resposta.